Padre Faltas: em Gaza há crianças sozinhas e mulheres que dão à luz sem nenhuma assistência
Vatican News
"Dia 8 celebramos o Dia da Mulher, mas em Gaza há 9.000 mulheres mortas desde o início da guerra". É o que recorda o padre Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa. No artigo publicado pela agência de notícias SIR, o religioso diz: "não podemos fechar nossos olhos e corações diante de crianças famintas e assustadas. Não podemos ficar indiferentes ao saber que 60 mil mulheres grávidas em Gaza sofrem com a fome e a desnutrição em sua condição delicada e importante: dar a vida".
As crianças estão morrendo de fome
Padre Faltas está na Itália nestes dias para visitar crianças doentes da Faixa de Gaza, que chegaram graças aos canais humanitários ativados pelos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Itália e por outras associações humanitárias, e que agora estão em vários hospitais. "Nesta guerra que devasta a Terra Santa", diz o franciscano, "muitas crianças e mulheres morreram. Muitas crianças são órfãs, muitas mães perderam seus filhos. Não podemos distinguir e não podemos fazer uma classificação entre os muitos males da guerra". Faltas descreve a situação atual em Gaza: "as crianças não têm comida e, como tantas outras crianças no mundo, estão morrendo de fome. Muitas ficaram órfãs e muitas se tornaram adultas rapidamente. As mulheres que arriscam suas vidas para dar a vida têm o direito de serem protegidas e salvaguardadas".
Cesarianas sem anestesia
A esse respeito, o vigário da Custódia da Terra Santa denuncia com veemência o fato de que "as mulheres em Gaza dão à luz em condições higiênicas muito precárias e com poucas forças. Elas enfrentam cesarianas sem anestesia em hospitais sem eletricidade, água e medicamentos". É urgente, portanto, dar respostas concretas "às crianças que pedem ajuda para viver, aos pequenos que já estão enfrentando a vida com tantas dificuldades" e não dizer a eles que "sua fome deve esperar até que os poderosos do mundo tenham dado permissão para alimentá-los ou consentimento indiferente e silencioso para deixá-los morrer de fome".
Quem apagará os traumas vividos?
O padre Ibrahim Faltas ressalta que muitas das pequenas vítimas da guerra "estão agindo como adultos para ajudar aqueles que mais precisam deles. Eu ouço suas histórias", diz à SIR, "leio suas histórias e tento entender como alguns adultos não sentem a necessidade de parar, de ajudar, de não cometer injustiças". Em seguida, ele pergunta como será possível "apagar o trauma de alguém que estava sob os escombros e se salvou enquanto outros membros de sua família morreram ao seu lado" ou "consolar aquela criança de apenas alguns anos de idade que está tentando consolar sua mãe que perdeu outro filho?" "Rezemos", conclui o vigário, "para que a luz da verdade que vence a hipocrisia entre nas consciências. Defendamos aqueles que sofrem os males da guerra, sejamos a voz daqueles que não têm mais voz para exigir verdade, justiça e paz".
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