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Virtudes, força de um povo! Virtudes, força de um povo! 

Dom Jaime: Virtudes, força de um povo!

O desafio da reconstrução necessário exigirá austeridade, sobriedade, sabedoria, magnanimidade, fé e esperança.

Dom Jaime Spengler – arcebispo de Porto Alegre

O hino do Rio Grande do Sul exalta a importância e o lugar da virtude na vida de um povo. Certamente as virtudes moldam a existência humana. O trabalho de reconstrução do Estado exigirá compreensão da própria identidade, determinação, eficiência, transparência, senso de pertença e corresponsabilidade, comportamento reto e bom de todos, enfim, virtude!

Abundam expressões de dedicação, resiliência, solidariedade, disponibilidade para se colocar ao lado de quem necessita. Merece destaque a disposição de voluntários, defesa civil, forças armadas, profissionais da saúde, servidores públicos, homens e mulheres de fé. Infelizmente também não tem faltado sinais de interesses particulares, buscando autopromoção, sem esquecer roubos, saques, arrombamentos, disputas entre facções... Tudo isto recorda a necessidade de permanente vigilância, pois o ser humano traz no seu íntimo uma dimensão numinosa, mas também outra tenebrosa!

O desafio da reconstrução necessário exigirá austeridade, sobriedade, sabedoria, magnanimidade, fé e esperança. A fé caracterizou a história de uma multidão de imigrantes e seus descendentes que construíram comunidades, cidades, o Estado.  Esta mesma fé unida à esperança haverá de nortear o trabalho que agora se faz necessário. É preciso ‘esperançar’!

Nada se faz sem a esperança! “Sem a esperança, tudo pararia” (C. Péguy). Promover esperança – ‘esperançar!’ – se tornou um imperativo. Ela não pode ser removida de nossos horizontes, nem pode ser transformada em ideologia, ou demagogia.

Nossa cultura traz as marcas da fé cristã. Segundo esta mesma fé “a esperança não decepciona” (Rm 5,5). Ela não só permite erguer a cabeça e abrir-se para o futuro, como também – e sobretudo! – afirma a possibilidade de nova possibilidade de vida. A esperança cristã culmina onde se reconhece que ninguém pode se sentir abandonado, sozinho. Não estamos sozinhos! É que a esperança inclui sinais de comunhão, do que foi e é a história do gaúcho: história de criatividade e de liberdade!

Se por um lado as consequência de chuvas torrenciais desmascararam vulnerabilidades e pseudo-seguranças, por outro podemos crer que com a efetiva colaboração de todos a reconstrução será possível.  Um povo virtuoso e unido não será vencido!

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17 maio 2024, 18:06