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O cardeal Matteo Maria Zuppi (foto de arquivo) O cardeal Matteo Maria Zuppi (foto de arquivo)  (ANSA)

Cardeal Zuppi sobre refugiados: o acolhimento começa por nós

O presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, falou no evento "A força da exclusão", organizado pelo ACNUR, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado celebrado na quinta-feira (20/06).

L'Osservatore Romano

"Um mundo onde o refugiado é bem-vindo é um mundo melhor para todos. Comecemos por nós mesmos." Essa é a reflexão e, ao mesmo tempo, a exortação ao acolhimento feita pelo cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), no Dia Mundial do Refugiado, nesta quinta-feira (20/06), falando no evento "A força da exclusão", organizado pela agência de refugiados da ONU (ACNUR) na Universidade Luiss, em Roma.

O novo relatório "Tendências Globais" da ACNUR destaca que 120 milhões de pessoas estão fugindo do mundo este ano. Um número recorde causado principalmente pela ausência de paz e segurança em várias partes do mundo, do Afeganistão à República Democrática do Congo, à América Latina e ao Caribe. Muitos "também são refugiados em casa, basta pensar no que está acontecendo na Faixa de Gaza", observou o presidente da Conferência Episcopal Italiana.

Com uma visão global, é evidente, portanto, que o acolhimento passe pelo reconhecimento da "riqueza" de cada refugiado, além dos medos ou dos fechamentos, e pela solidariedade, "que é tudo menos falar de invasão". Toda vez que um direito é "questionado", continuou ele, é um "perigo para todos". Em seguida, lembrando as palavras do Papa Francisco, ele se referiu ao Mar Mediterrâneo como um cemitério, um "mar", disse ele, "que mais do que o nosso se tornou realmente um mar monstruoso". O cardeal também esperava que o novo Parlamento Europeu "garantisse" o direito de asilo.

A ACNUR destaca que 75% dos refugiados são recebidos em países de baixa e média renda, "apesar de uma narrativa - observa a agência da ONU - com tons frequentemente emergenciais" sobre os fluxos em direção à Itália e à Europa. Uma pesquisa realizada em 52 países, incluindo a Itália, sobre as percepções das pessoas em relação aos refugiados também foi destacada. Globalmente, 73% dos entrevistados concordaram que as pessoas que fogem da guerra devem ser acolhidas por outros países, assim como por seus próprios países. Nesse sentido, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou "a responsabilidade coletiva do mundo de ajudar e acolher os refugiados, de defender seus direitos, inclusive o direito de pedir asilo". A iniciativa de corredores de trabalho para refugiados, que a ACNUR está lançando com um grupo de empresas italianas, vai nessa direção.

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21 junho 2024, 16:49