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O local escolhido para este grande encontro foi a simbólica cidade de Buenavista O local escolhido para este grande encontro foi a simbólica cidade de Buenavista 

‘Encontrão’ fraterno e plural

O local escolhido para o grande Encontro da Família Espiritnana, com 50 anos de história, foi a simbólica cidade de Buenavista, nascida de uma antiga Missão dos Jesuítas, porta de entrada para o imenso Parque Natural do Amboró, a uma centena de kms de Santa Cruz de la Sierra, a capital económica do país.

Pe. Tony Neves - Buenavista, Bolívia

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Todos os caminhos da Família Espiritana da América do Sul foram dar à Bolívia para a realização do XIV Encontrão, essa reunião que congrega Espiritanos, Espiritanas e leigos do Brasil, Bolívia e Paraguai.

O local escolhido para este grande Encontro com 50 anos de história, foi a simbólica cidade de Buenavista, nascida de uma antiga Missão dos Jesuítas, porta de entrada para o imenso Parque Natural do Amboró, a uma centena de kms de Santa Cruz de la Sierra, a capital económica do país.

Os Espiritanos são párocos de Buenavista desde 2014, mas a fundação da Missão foi em 1694. Esta pequena e bela cidade não tem prédios altos, as casas estão à sombra de grandes mangueiras e outras árvores e todas as ruas estão pavimentadas com tijolo laranja, da mesma cor dos edifícios da Igreja. A madeira, regra geral trabalhada, está presente em todas as construções.

Voltemos ao Encontrão. Cerca de seis dezenas de membros da grande Família Espiritana viveram três intensos dias juntos, partilhando, rezando, refletindo, confraternizando, inspirados no tema ‘Carisma e Missão no mundo contemporâneo’.

Pe. Tony Neves
Pe. Tony Neves

Tudo começou com a cerimónia das boas vindas e apresentação dos diferentes grupos. Os primeiros Espiritanos chegaram a Belém do Pará em 1885 e, em 1897 já estavam na Boca do Tefé, onde construíram a histórica Missão que nunca deixou de ter Espiritanos até hoje. Por isso, o primeiro Grupo a apresentar-se foi o da Amazónia, com presença nas dioceses de Manaus e Tefé. Seguiu-se o Alto Juruá, Acre, onde os primeiros Espiritanos chegaram há 111 anos, permanecendo hoje nas cidades do Cruzeiro do Sul e Tarauacá. O Grupo do Brasil Sudoeste nasceu da presença dos Irlandeses no Brasil, que começaram a chegar em 1963. Hoje estão presentes em diversas favelas e áreas periféricas da Arquidiocese de S. Paulo. Com o P. Jorge Boran, lideram o Centro de Cursos de Capacitação da Juventude e com o P. Patrick Clarke animam o Movimento de Defesa das Favelas.

A Província do Brasil, fundada em 1990, está presente em diversos Estados e tem investido sobretudo na pastoral paroquial, sem deixar de apostar na formação de futuros espiritanos e em pastorais especializadas como a carcerária. O Grupo Espiritano do Paraguai está presente em Assunção, São Lourenço e S. Pedro. A sua imagem de marca espiritana é o grupo Gotas de Amor que apoia crianças e adolescentes que vagueiam pelo Mercado Abastecedor nas periferias da capital. Finalmente, os anfitriões da Bolívia animam duas paróquias na periferia de Santa Cruz e a de Buenavista. Apostam na pastoral da saúde e no combate aos abusos de menores e adultos vulneráveis. Contrariando a lógica local de investir em plantações de coca, soja ou na criação de gado, os Espiritanos desenvolvem um projeto ecológico, apostando na plantação de cacau. As Irmãs Espiritanas estão apenas no Brasil, com inserções em S. Paulo, Ponta de Pedras (Pará) e Governador Valadares (Minas Gerais).

É numerosa a presença de leigos que se sentem parte ativa e feliz na partilha da Espiritualidade e da Missão espiritanas.

O Superior Geral dos Espiritanos, P. Alain Mayama, marcou presença e, na sua intervenção, salientou o muito que a América do Sul Espiritana já fez em comum e alertou para os grandes desafios que é urgente enfrentar.

O Irmão Mariano Espinoza, paraguaio ao serviço da administração geral, em Roma, lançou um repto aos participantes: ‘temos que marcar a diferença. Temos que ser referência ética e espiritual. As pessoas têm que ver em ti um reflexo de Deus’.

A noite cultural evocou as tradições vivas e plurais do povo boliviano, com danças e encenações que encheram de cor, alegria e festa os participantes do Encontrão e as populações de Buenavista que os brindaram com esta sessão de cultura, expressão da diversidade que constitui riqueza.

D. René Leigue (Arcebispo atual) e D. Sérgio Gualberti (Arcebispo emérito) também se juntaram à festa Espiritana. O que eles disseram e as marcas impressas por este Encontrão em todos os participantes serão assunto para a próxima crónica. É só esperar uma semana…

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30 julho 2024, 11:34