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Chega ao fim Missão Universitária da PUCPR, com gestos concretos de educação para a solidariedade e de impacto socioterritorial

Encerramento de projeto tem saldo positivo de promoção da solidariedade socioambiental, espiritualidade, coexistência e formação integral: alguns dos principais atributos identitários da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Por Diego Henrique da Silva Alves*

Terminou neste sábado (13/07) a 13ª edição da Missão Universitária Irmão Henri Vergès, com celebração eucarística em ação de graças ao projeto, que foi presidida por Dom Edgar Xavier, bispo da Diocese de Palmas - Francisco Beltrão, na cidade de Itapejara d’Oeste (PR), localizada na região Sul do Brasil. A Missa de encerramento da Missão foi realizada na Igreja Matriz da Paróquia Senhor Bom Jesus da Redenção.

O bispo destacou a importância da generosidade das juventudes que aproveitaram uma pausa de sua rotina na universidade, emprego e período de férias para estarem em contato com outros jovens e outras realidades sociais. “Existe dentro da Igreja uma expressão muito rica e de fundamental importância, que é ‘jovem evangelizando jovem’. Essa é a grande missão! A linguagem do jovem, a criatividade, a inteligência, a sabedoria, o contato, o encontro dos jovens com outros jovens são de grande importância na evangelização”, exortou.

Reitor  Rogério Mateucci concede entrevista à emissora regional
Reitor Rogério Mateucci concede entrevista à emissora regional

O Reitor da PUCPR e Irmão Marista de Champagnat, Rogério Mateucci, não pôde comparecer à missa de encerramento, mas registrou uma mensagem a toda equipe envolvida na iniciativa, durante sua participação nesta edição da Missão Universitária. “O grande sentimento, não só meu como reitor, mas de toda a universidade é de gratidão. (...) Eu sei que dá muito trabalho para organizar. Quando a gente chega aqui e vê tudo tão bem planejado, tão bem-organizado, a gente não imagina o que existiu nos bastidores. Então essa oferta generosa de cada um de vocês, colaboradores, missionários e professores, que seja para a vida de vocês também algo muito significativo”, afirmou.

Juventudes em permanente missão: projetos de vida individuais que tocam o coletivo

 

Ricardo Pereira Alves do Nascimento é doutorando em Ética e Filosofia Política na PUCPR, que já participou de outras edições da Missão Universitária Ir. Henri Vergès e também integra a equipe de organização da atual edição do projeto, que é desenvolvido pela Diretoria de Identidade Institucional da PUCPR em parceria com a Província Marista Brasil Centro-Sul.

Ricardo Pereira Alves do Nascimento, equipe organizadora da Missão
Ricardo Pereira Alves do Nascimento, equipe organizadora da Missão

Ele defende que a Missão tem impactos que são imediatos, visíveis e concretos no tempo presente, mas que também pode estabelecer uma continuidade no cotidiano e no modo de agir dos(as) missionários(as) para toda a vida. “É sempre uma tentativa de fazer este, que é um projeto de extensão universitária, ser também um projeto de construção de sentido de vida. Ao mesmo tempo em que se oferece um serviço à comunidade, também há um convite, há uma maneira de fazer isso que seja muito autêntica. E que cada um possa descobrir à sua maneira de fazer missão universitária! Então, é muito bonito quando os nossos jovens comentam que encontraram à sua maneira de fazer isso, que encontraram à sua maneira de se dedicar ao outro”, avaliou.

Curiosamente, em outra ocasião e local distinto da entrevista com Ricardo Nascimento, Ir. Rogério Mateucci, também fez votos de que a missão ressoe por toda a vida dos(as) participantes da Missão Universitária. “Que a memória desses dias aqui vividos e deste encontro de solidariedade possa conduzi-los pela vida. Que a memória deste encontro, que marca a vida deles e a de quem tiveram contato, possa ser aquele momento em que, diante de perguntas da vida, eles possam retomar esse tempo, condensado em uma semana, e que seja um direcionador para as escolhas que virão a fazer no futuro”, comentou.

Cultura do encontro e memórias afetivas nas visitas às famílias

 

Em uma meditação matutina realizada na Capela da Casa Santa Marta, em Setembro de 2016, o Papa Francisco promoveu uma bela reflexão defendendo o que chamou de “cultura do encontro”. Na ocasião, o pontífice convidou a todos para vivenciar essa cultura do encontro com a mesma simplicidade de Jesus Cristo, não apenas vendo com superficialidade, mas olhando e observando detidamente, não apenas ouvindo o outro como mais um ruído num mundo agitado, mas escutando de forma ativa e atenta, não meramente cruzando com as pessoas, mas dedicando tempo de qualidade a elas nos encontros que a vida proporciona. Não obstante, todos(as) os(as) jovens missionários(as) entrevistados(as) demonstraram o quão marcante foram os seus momentos de encontro durante as visitas ou as estadias junto às famílias de Itapejara d’Oeste.

Sergio Lucas Rocha, participante da Missão pelo 2° ano consecutivo
Sergio Lucas Rocha, participante da Missão pelo 2° ano consecutivo

Sergio Lucas Santos Rocha formou-se em Engenharia de Produção pela PUCPR em 2017, também participou da Missão Universitária no ano passado, realizada em São Paulo (SP). O jovem comentou ter se surpreendido pelo fato de como momentos de extrema simplicidade, como visitar uma família para partilhar vivências ou promover uma roda de conversa com pessoas idosas, tem o potencial de tornar-se um episódio extremamente rico e profundo de aprendizados para todos os(as) envolvidos(as). “O fato de a gente estar vivenciando a missão dentro da casa das pessoas, elas nos acolhendo, isso é fantástico de ver! Como é o dia a dia familiar... É incrível quando a gente compara com a nossa vida e os nossos problemas?! Parece que tudo fica muito, muito pequeno diante do que a gente vê. Então eu acho que essa gratidão pela nossa vida, eu acho que a missão sempre eleva muito (...). O fato de, simplesmente, a gente fazer uma oficina supersimples com um barbante, e eles passarem mais de meia hora agradecendo que foi sensacional, que a gente tem que voltar aqui(...). Eu vejo que todos esses conhecimentos complexos que a gente recebe na faculdade podem transformar a vida de tanta gente, então acho que é isso a missão! E é essa energia que ela nos passa”, explicou.

 GiovanaFerreira, ao centro e à frente, em oficina com pessoas idosas
GiovanaFerreira, ao centro e à frente, em oficina com pessoas idosas

Giovana Rodrigues Ferreira acabou de concluir seu 1° período de estudos no curso de Medicina da PUCPR. Ela se demonstrou encantada com o espírito de família, união e confraternização ao conhecer a rotina da casa com quem pôde conviver em diversas noites. “É legal ver como eles saem do caminho deles para se encontrar (...). Eles pegam a caminhonete, botam um monte de criança dentro e vão jantar na casa da avó todas as noites”. A estudante contou que a família da Dona Salete é muito acolhedora e que era comum ficarem na cozinha comendo algum biscoito, doce, tomando uma sopa ou um café, não apenas na companhia dos moradores da casa, mas também com vários irmãos e netos, diferente da rotina vivenciada com a sua família, em que os horários de jantar acabam se desencontrando por conta das dinâmicas de vida de seus pais que trabalham como jornalistas.

Guilherme Gardemann ficou surpreso com a acolhida recebida
Guilherme Gardemann ficou surpreso com a acolhida recebida

Para o estudante do 10° período de Engenharia Mecânica da PUCPR, Guilherme José Inácio Gardemann, foi surpreendente perceber a hospitalidade e a generosidade de uma pessoa até então desconhecida, para com ele. “Um dos momentos que foram extremamente marcantes, foi a visita à casa de uma senhora. Eu entrei lá, a gente se sentou, tomou um chimarrão e ela começou a oferecer tudo que ela tinha. Ela me ofereceu bolacha, ofereceu doce, me ofereceu suco, chimarrão e me ofereceu no final ainda um café. E eu via que era uma pessoa simples e ela oferecia muito, porque ela queria me deixar feliz, me deixar acolhido e isso me impactou bastante”. Questionado sobre o motivo de ter achado isso tão impactante, o estudante explicou que o episódio o levou a refletir sobre como alguém que demonstra ter uma realidade tão humilde pôde oferecer absolutamente tudo o que tinha no momento. “Ela tinha pouco e entregou muito e a gente, enquanto sociedade, às vezes tem muito e entrega pouco, entendeu?”, complementou.

Missão cumprida: impacto socioterritorial e atividades finais

 

Os últimos dias da Missão Universitária foram de finalizações de reparos, reformas e pintura do Centro Catequético do Bairro Fênix, que também ganhou um belo mural multicolorido, com ilustrações e frases motivacionais.

Crianças do município assistiram ao filme de animação “O Lorax em busca da trúfula perdida”, trama que apresenta um mundo em que absolutamente tudo é feito de plástico e não há presença da natureza, promovendo reflexões no campo da educação ambiental e do cuidado com a Casa Comum.

Grupos de pessoas idosas puderam se encontrar para uma oficina de modelagem em argila e uma roda de partilhas em que emergiram questões importantes sobre atenção à saúde mental e ao relacionamento com familiares nesta fase da vida.

As manhãs de espiritualidade foram mantidas, com destaque especial para a manhã de sexta-feira (12 de julho), ocasião em que os(as) missionários(as) participaram de um retiro itinerante, caminhando e fazendo reflexões orantes na zona rural de fronteira entre os municípios de Itapejara d’Oeste e Bom Sucesso do Sul, que se encerrou com visita a uma gruta que homenageia N. Sra. de Lourdes, seguido de um almoço festivo.

Missionários preparam Festa Julina para famílias da cidade
Missionários preparam Festa Julina para famílias da cidade

Na última noite de Missão na cidade, os(as) missionários(as), equipe de organização do projeto e anfitriões do Centro Marista de Juventudes preparam uma Festa Julina para as famílias que acolheram os(as) jovens, com comidas típicas, brincadeiras, músicas que promovem a cultura popular e a tradicional quadrilha, que recentemente recebeu o título de patrimônio cultural brasileiro, por força de lei no Brasil.

Lideranças pastorais à serviço e em comunhão com a Missão

 

Em março de 2013, numa manhã de quinta-feira Santa, o Papa Francisco fez um convite aos sacerdotes na Basílica do Vaticano, que também pode ser estendido a todos e todas que exercem algum papel de liderança na Igreja: “(...) sede pastores com o cheiro das ovelhas”, proclamou o pontífice. Dessa forma, o Papa deixa muito evidente que a Igreja esteja sempre em saída e busque estar cada vez mais próxima das pessoas.

De certo modo, esse chamado de Francisco segue dando muito frutos. Na Missão Universitária, por exemplo, os frutos se expressam tanto na vida dos(as) jovens missionários(as), que se dedicaram às atividades de voluntariado, quanto de tantos outros atores que reservaram um momento de suas intensas agendas para participarem de parte ou de toda a programação do projeto. Ao longo da semana, a Missão recebeu a participação do já citado Reitor da PUCPR, Irmão Rogério Mateucci; do Pró-Reitor de Missão, Identidade e Extensão, Fabiano Incertti; do Diretor de Identidade Institucional da PUCPR, Khalil Martins Abdalla; do Coordenador de Animação Vocacional da Diretoria de Identidade, Missão e Vocação da Província Marista Brasil Centro-Sul, Diogo Galline; além dos demais irmãos maristas, que estiveram presentes ao longo de momentos distintos, como Ir. Bruno Marcondes, Ir. Edmundo Inácio Pina, Ir. José Augusto Wendler, Ir. Miguel Fernandes e Ir. Sadi Cella.

Relembre os primeiros dias da Missão Universitária

 

Acesse a notícia que descreve os primeiros dias da Missão Universitária Ir. Henri Vergès, publicada na última quarta-feira (10/07/2024) aqui no Vatican News. Todas as etapas da Missão Universitária têm sido divulgadas através de postagens no Instagram da Identidade PUCPR e da Província Marista Brasil Centro-Sul.

 

*Diego Henrique da Silva Alves, Diretoria de Identidade Institucional da PUCPR.

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16 julho 2024, 14:07