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Irmã Grazielle Rigotti: Deus está mais próximo de mim com a descoberta do câncer

A Apóstola do Sagrado Coração de Jesus descobriu um tumor no ovário em 2023 e hoje faz tratamento de manutenção, após um desafiador período de cirurgia e quimioterapias. Irmã Grazielle Rigotti acaba de receber a Unção dos Enfermos, confirmando ainda mais as palavras do Papa Francisco sobre a redescoberta desse sacramento que não prepara o doente para morte, mas dá a "força do Senhor e se torna sinal visível de compaixão e esperança".
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Andressa Collet - Vatican News

A Irmã Grazielle Rigotti recebeu recentemente a Unção dos Enfermos. A religiosa das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ) foi diagnosticada no final do ano passado com um tumor de ovário e, mesmo estando hoje no tratamento de manutenção da doença, acolheu com alegria a proposta do Papa Francisco para o mês de julho sobre o cuidado pastoral dos enfermos divulgada em vídeo:

“Rezemos para que o sacramento da Unção dos Enfermos dê às pessoas que o recebem e aos que lhes são mais próximos a força do Senhor e se torne cada vez mais para todos um sinal visível de compaixão e esperança.”

Irmã Grazielle ao receber o sacramento da Unção dos Enfermos
Irmã Grazielle ao receber o sacramento da Unção dos Enfermos

Compositora e cantora católica, Irmã Grazielle, de 42 anos e natural de Volta Redonda/RJ, é mestre em Administração de Empresas na área de Finanças, mas precisou reorganizar a própria vida com a descoberta do câncer, quando ainda morava em Bauru/SP e trabalhava como pró-reitora administrativa do Unisagrado, uma das mais tradicionais instituições privadas de Ensino Superior do Brasil. Em janeiro deste ano ela se mudou para São Paulo/SP e hoje ocupa o cargo de ecônoma da Província Brasileira do Sagrado Coração de Jesus, das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. O tratamento, que a religiosa já completou, consistiu em três quimioterapias, uma cirurgia para a retirada do tumor e mais três quimioterapias. A fase atual de manutenção do caso dela é relacionada a uma deficiência genética, o que inclusive pode ter desenvolvido o tumor.

Uma caminhada mais leve junto a Deus

Muita gente poderia se perguntar se o fato de Irmã Grazielle ser religiosa facilitaria a compreensão do período vivido com a doença. E ela responde:

"Eu tenho certeza que o fato de ser religiosa e também de estar mais consciente da presença e da companhia de Deus na minha vida, me ajudou muito a olhar para ela, não com mais facilidade, mas podendo dar mais sentido a tudo que aconteceu. E eu comecei a perceber também - eu acho que Deus faz isso não só comigo, mas com todas as pessoas que estão neste momento de fragilidade - uma proximidade muito grande dele."

Uma proximidade de Deus percebida nos pequenos detalhes, conta ela: dos nomes das pessoas que a acompanharam o tratamento - o enfermeiro-responsável se chamava Rafael, que significa Deus cura - às datas. A cirurgia, por exemplo, foi realizada na Semana Santa, dando a possibilidade da religiosa "passar por ela junto com Deus, vivendo essa experiência junto com a Igreja, assumindo esse sofrimento assim como também Jesus assumiu a sua cruz". 

“Acredito que a minha fé me ajudou a perceber e a caminhar de forma mais leve dando sentido a tudo o que acontecia.”

A presença nas redes sociais como ferramenta da missão

Irmã Grazielle tem compartilhado essa jornada da batalha contra o câncer nas redes sociais, onde é atuante ainda antes da descoberta da doença. Hoje ela tem 182 mil seguidores no Instagram e, no TikTok, são mais de 137 mil seguidores. Segundo a religiosa, foi uma forma justa de ajudar a entender todo o processo, tanto por quem já a acompanhava como para ajudar aqueles que vivem os mesmos desafios:

"O meu perfil nas redes sociais tem esse objetivo de aproximar as pessoas de Deus e de fazer com que elas percebam que ele caminha junto com a gente. Então, eu poderia também, entre aspas, usar desse momento para poder estar mais próxima das pessoas que também passam por isso e foi isso que aconteceu. Para mim, foi uma escolha muito acertada poder fazer isso, porque para mim também foi muito bom, não só para as pessoas que passam por isso, mas para que eu sentisse também todo esse carinho e essa fé do povo. As pessoas dizendo que rezam por mim. Até hoje eu recebo muitas mensagens de pessoas que dizem que rezam por mim. Pra mim isso faz muito sentido e eu entendo que é nessa corrente de oração que realmente eu consigo me sustentar também para a minha missão."

A força de Deus, pela Unção dos Enfermos

Uma missão que conta com um aliado especial e insubstituível. Irmã Grazielle reforça que a proximidade de Deus tem sido fundamental nesse processo, porque "Ele vem para aliviar o sofrimento humano". Uma das maneiras de sentir a Sua presença, insiste a religiosa, é poder receber a Unção dos Enfermos:

"A Irmã Grazielle hoje, depois dessa doença do tumor, ela é alguém que dá mais sentido a cada momento. A gente sabe que a nossa vida está nas mãos de Deus de qualquer forma, independente de ter uma doença ou não, ninguém sabe o dia de amanhã. Então, o viver o hoje com intensidade, saber que hoje a minha vida é para que seja uma missão, em tudo o acontece, faz muito mais sentido. Eu entendo que a minha vida faz sentido em cada momento; cada dia tem os seus desafios e tem a sua beleza e ele merece ser vivido com intensidade. Acho que esse é o desejo de Deus para nós: que a nossa vida seja cada vez mais voltada para Ele. E quando a gente passa por uma experiência assim, a gente sabe que isso faz sentido também. E se eu pudesse deixar uma mensagem para quem percorre esse mesmo caminho seria realmente de colocar-se nas mãos de Deus, tentar ser mais sensível à presença dEle, porque Ele se mostra muito mais próximo das pessoas quando elas estão mais frágeis e conscientes do seu momento também de doença."

“Acho que Deus se aproxima muito mais, porque Ele veio para aliviar o sofrimento humano. Essa foi a missão de Jesus também: dizer que Deus está próximo de todas as pessoas. E aqueles que tiverem a oportunidade de fazer experiência da Unção dos Enfermos, de receber esse sacramento, também é importante. O Papa falava que não é preparar a pessoa para morte, pelo contrário, mas ajudá-la a viver cada vez mais e a valorizar essa vida. Então, por isso a experiência do sacramento também nos ajuda a passar por qualquer momento de sofrimento e de fragilidade, conscientes dessa força de Deus que nos motiva a caminhar, cada vez mais, e nos impulsiona e nos inspira também a sermos cristão melhores.”

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Irmã Grazielle, compositora, cantora e ativa nas redes sociais
21 julho 2024, 08:52