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Igrejas e organizações religiosas ucranianas pedem condenação de ataques russos

O Conselho Pan-ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas, entre outros, pede a condenação das ações da Federação Russa contra a Ucrânia, com o reconhecimento da Rússia como um Estado terrorista, exortando os Estados a romperem relações econômicas com a Federação Russa para não serem cúmplice dos crimes de guerra da Rússia contra a Ucrânia e do genocídio do povo ucraniano.

Vatican News

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O Conselho Pan-ucraniano das Igrejas e das Organizações Religiosas, que inclui várias Igrejas Cristãs, comunidades judaicas e muçulmanas da Ucrânia, "condena categoricamente o ataque terrorista que, em 8 de julho de 2024, a Federação Russa mais uma vez perpetrou contra cidades ucranianas, infra-estruturas civis, hospitais pediátricos, o prédio do setor de maternidade e pessoas pacíficas." O Conselho fala de "um crime de guerra e um ato de extrema crueldade e de desprezo pela vida humana e por Deus.

 

"Para informação geral - explicam os representantes religiosos da Ucrânia - em nível nacional o Hospital Infantil Okhmatdyt, em Kiev, é o equivalente ao mundialmente renomado hospital pediátrico do Vaticano «Bambino Gesù», em Roma". 

O Conselho Pan-ucraniano das Igrejas e Organizações Religiosas dirige-se aos governos de todos os Estados do mundo, "para os quais a vida humana, em particular a das crianças, é um verdadeiro valor e que respeitam, e não apenas declarativamente, as normas do direito internacional, para: condenar as ações da Federação Russa contra a Ucrânia, reconhecendo a Rússia como um Estado terrorista; interromper as relações econômicas com a Federação Russa para não ser cúmplice dos crimes de guerra da Rússia contra a Ucrânia e do genocídio do povo ucraniano; tomar todas as medidas necessárias para pôr fim à agressão da Rússia contra a Ucrânia e restaurar o direito internacional; fornecer à Ucrânia os meios necessários para proteger a vida, incluindo sistemas adicionais de defesa aérea, aeronaves, meios de guerra eletrônica e tudo o que for necessário para a defesa e restauração da integridade territorial da Ucrânia."

O Conselho Pan-ucraniano das Igrejas e Organizações Religiosas exorta mais uma vez o Conselho Mundial de Igrejas, a Conferência de Igrejas Europeias e outras organizações inter-religiosas internacionais "a examinar a questão de chamar à responsabilidade moral e de outro tipo a Igreja Ortodoxa Russa, que apoia em várias formas a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, alimenta o ódio interétnico e interconfessional e, por meio da pregação da ideologia do "russkij mir" (mundo russo), incita o genocídio do povo ucraniano".

Arcebispo-mor de Kiev: "crime contra a humanidade"

 

"Imagens brutais de uma grande tragédia abalam a Ucrânia e o mundo", afirmou no dia do ataque o arcebispo greco-católico Sviatoslav Shevchuk. "Hoje, 8 de julho, os russos atacaram a cidade de Kiev com os seus mísseis. Atacaram deliberadamente um hospital infantil. A remoção dos escombros ainda está em curso, mas já sabemos de dezenas de mortos e quase uma centena de feridos. Entre as vítimas estão crianças, médicos e pais. É de partir o coração ver que aquelas crianças, que vieram salvar as suas vidas, mesmo no centro de diálise, foram mortas impiedosamente por criminosos russos".

O arcebispo-mor de Kiev lamenta que muitas crianças corriam o risco de morrer, pois estavam ligadas a ventiladores pulmonares artificiais. "Muitas crianças estavam sendo operadas naquele momento. Foi precisamente a queda de energia que as levou à beira da morte. Em nome de Deus, com toda determinação, condenamos este crime contra a humanidade”.

Para a maior autoridade da Igreja Greco-Católica no país, "este não é apenas um crime contra as leis e princípios humanos, contra as normas internacionais que nos falam sobre costumes e regras para a condução da guerra". Segundo a moral cristã, "este é um pecado que clama ao céu por vingança".

"Hoje dirijo-me, clamo à consciência de todas as pessoas do mundo inteiro. Peço-lhes que condenem este crime e façam tudo o que estiver ao seu alcance para deter e punir a mão do assassino implacável. Hoje choramos junto com todas as vítimas. Hoje queremos rezar por todas as vítimas, especialmente pelas crianças mortas inocentemente”.

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10 julho 2024, 07:00