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Pessoas passam por um mural em Daca em 9 de agosto de 2024 (Foto de Indranil Mukherjee / AFP) Pessoas passam por um mural em Daca em 9 de agosto de 2024 (Foto de Indranil Mukherjee / AFP)  (AFP or licensors)

O líder interino Muhammad Yunus assume o comando em Bangladesh para buscar a paz e preparar eleições

O novo governo bengalês prometeu restabelecer a ordem, após dias de violência, que envolveu, sobretudo, a minoria hindu: “Os cristãos também sofreram violências, de modo mais leve, mas, graças a Deus, não houve mortes ou feridos graves. O episódio mais relevante foi o incêndio, que destruiu o Centro diocesano para Migrantes, em busca de trabalho, recentemente inaugurado em Daca."

O ganhador do prêmio Nobel Muhammad Yunus liderou uma homenagem solene aos heróis da independência caídos de Bangladesh em 9 de agosto no primeiro ato de seu governo interino, depois que uma revolta liderada por estudantes forçou a antecessora Sheikh Hasina ao exílio. Yunus, 84, foi empossado na noite de quinta-feira após retornar para casa da Europa a pedido dos líderes do protesto, após o fim repentino do governo de 15 anos de Hasina.

Muhammad Yunus, 84 anos, vencedor do Prêmio Nobel da Paz,  havia sido nomeado pelo exército para formar um novo governo, após a renúncia e exílio da ex-primeira-ministra, Sheikh Hasina Wazed. Ao desembarcar em Daca, Yunus afirmou que “Bangladesh ganhou um novo dia glorioso de vitória. Bangladesh conseguiu uma segunda independência”.

Antes da chegada de Yunus, uma fonte da Igreja local havia declarado à Agência Fides que havia "muita expectativa por novas mudanças, especialmente entre os jovens, que organizaram os protestos nas ruas de Daca, que obrigaram Sheikh Hasina a renunciar. Os jovens querem mudar a situação no país e não um regresso ao passado”.

“Os jovens - havia afirmado a fonte à Fides -, pareciam não estar dispostos a substituir a ex-primeira ministra com a sua rival histórica, Khaleda Zia, líder do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP). Ambas as mulheres pertencem a duas famílias, que competem pelo poder do país desde a sua independência, em 1971. Por isso, os manifestantes queriam superar esta dicotomia e conseguir uma verdadeira reviravolta na vida política nacional”.

Muhammad Yunus prometeu também restabelecer a ordem, após dias de violência, que envolveu, sobretudo, a minoria hindu: “Os cristãos também sofreram violências, de modo mais leve, mas, graças a Deus, não houve mortes ou feridos graves. O episódio mais relevante foi o incêndio, que destruiu o Centro diocesano para Migrantes, em busca de trabalho, recentemente inaugurado em Daca.

"Uma parte da violência ocorreu nas áreas rurais, entre povoados limítrofes ou dentro do própriop povoado. Trata-se, muitas vezes, de confrontos entre vizinhos por ódio, vingança ou puro saque mesmo".

A fonte da Igreja local conclui dizendo à Fides que “a violência é alimentada pelo sentimento de impunidade resultante do desaparecimento da polícia das ruas. Os policiais que foram associados pela população à violenta repressão às manifestações dos últimos dias temem agora a vingança do povo. É por isso que não há polícia por perto no momento. Milícias de autodefesa foram formadas nas aldeias. Espera-se que o novo governo em breve seja capaz de assumir novamente o controle da situação da ordem pública”.

*Agência Fides

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09 agosto 2024, 19:25