Rio Grande do Sul acolhe Medianeira como Rainha do Povo Gaúcho
Vatican News
A memória não traz boas lembranças dos últimos meses ao povo riograndense. Por outro lado, gaúchos e gaúchas celebram em 2024 os 60 anos de história da CNBB Regional Sul 3. É nesse contexto que o Rio Grande do Sul ganha um presente de celebração e esperança: Nossa Senhora da Medianeira coroada como Rainha do Povo Gaúcho.
Bradada com uma calorosa salva de palmas, Nossa Senhora Medianeira foi coroada pelo episcopado gaúcho na noite da última quinta-feira, 15 de agosto, na cidade de Santa Maria. A celebração, presidida por dom Leomar Brustolin, presidente do Regional Sul 3 e arcebispo de Santa Maria, marcou também a celebração dos 114 anos das Arquidioceses de Santa Maria e Pelotas e da diocese de Uruguaiana.
A leitura do decreto emitido pelo Vaticano
O Decreto da Santa Sé que estabeleceu a coroação de Medianeira foi emitido pelo Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos no dia 31 de maio e lido durante a celebração na semana passada:
A procissão que apresentou a coroa à Basílica integrou prendas e peões, representando todo o povo gaúcho, além de um gaiteiro, a bandeira do Rio Grande do Sul e um barco, como sinal dos inúmeros resgates que salvaram milhares de pessoas durante as enchentes. Aos pés do ícone de Nossa Senhora, os arcebispos e bispos presentes se reuniram rezando com o canto do Magnificat. Enquanto dom Leomar coroava Medianeira, o povo presente no Santuário Basílica se alegrava pelo presente recebido, sinal de esperança de um Rio Grande do Sul agora consagrado à Mãe Medianeira.
Uma coroa de amor, solidariedade e empatia
De antemão pedindo licença para fugir do protocolo, dom Leomar Brustolin iniciou a homilia se dirigindo aos irmãos e irmãs no Batismo, aos irmãos na graça do sacerdócio e aos irmãos no dom e na responsabilidade do episcopado, pois, “diante da Mãe somos todos filhos, e diante do Pai somos irmãos. Não há maior deferência do que esta”, afirmou o arcebispo.
Na noite em que o Estado se reuniu em oração para reconhecer a Mãe de Jesus e Mãe de Deus como Rainha do Povo Gaúcho, o presidente do Regional Sul 3 lembrou que “perplexidade e preocupação são os sentimentos impressos nos olhos que contemplaram o flagelo causado pelas chuvas de maio e provocaram o maior desastre ecológico da história do Rio Grande do Sul. O coração se encheu de tristeza e os questionamentos ficaram sem respostas”. Dom Leomar seguiu apontando que “as águas não arrastaram a nossa vontade de reerguer a Querência Amada e este ímpeto foi sustentado pela empatia e solidariedade”. Neste momento, pediu aos presentes na Basílica uma forte salva de palmas a todo o Brasil, “que se uniu numa verdadeira rede de amizade social” e destacou que “a Igreja no Rio Grande do Sul primeireou e abriu suas portas para acolher os desabrigados”.
Sobre a coroação de uma das diversas imagens de Maria muito querida no Estado, expressou que “queremos ornar essa coroa com o ouro do amor pelas pessoas, pelas pedras preciosas da solidariedade, pelos adornos da empatia, da amizade social e da compaixão que tanto marcaram estes tempos” e completou citando Santa Terezinha do Menino Jesus: “sabe-se bem que a Santíssima Virgem é a Rainha do Céu e da Terra, porém é mais mãe do que rainha”.
Um jubileu de gratidão
Dom Adimir Mazali, que presidiu a comissão do Jubileu dos 60 anos do Regional Sul 3, apresentou um breve relato desde a criação do regional, em 27 de setembro de 1964, durante a terceira sessão do Concílio Vaticano II. O bispo diocesano de Erexim lembrou que o Regional nasceu sob o signo da renovação do Concílio e do Papa João XXIII, assumindo a missão de ajudar a Igreja a atualizar seu pastoreio neste tempo para que “os homens vissem a verdadeira face de Deus”.
Ele seguiu apontando que “esses 60 anos de Ação Eclesial constituem uma pequena parcela da imensidão do plano de salvação e do infinito amor de Deus que envolve o mundo e o Rio Grande do Sul. O nosso caminho revela a alegria do encontro da ação de Deus e da comunhão daqueles que se dedicam na edificação de seu Reino presente na História Humana”. Ao término da exposição, dom Adimir agradeceu todos que ajudaram a construir essa história e convidou o Pe. José Carlos Sala, do clero diocesano de Erexim, para apresentar o Hino do Jubileu dos 60 anos, composto pelo sacerdote: “O Senhor nos chama e nos envia para anunciar a Boa-Nova com alegria. Eu digo: Sim, vou proclamar! Ai de mim se eu não Evangelizar”.
Colaboração: Victória Holzbach | CNBB Sul 3
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