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Santa Missa com a Beatificação dos 124 Mártires Coreanos no Portão Gwanghwamun, em Seul, em 16.08.2014 Santa Missa com a Beatificação dos 124 Mártires Coreanos no Portão Gwanghwamun, em Seul, em 16.08.2014 

Setembro, mês sagrado dos mártires coreanos

"«Quem nos separará do amor de Cristo?» (Rm 8, 35). Com estas palavras, São Paulo fala-nos da glória da nossa fé em Jesus: Cristo não só ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu, mas uniu-nos a Si mesmo, tornando-nos participantes da sua vida eterna. Cristo é vitorioso e a sua vitória é nossa! Hoje celebramos esta vitória em Paulo Yun Ji-chung e nos seus 123 companheiros", disse o Papa em Seul em agosto de 2014, ao beatificar 124 mártires coreanos

“Deus escolheu o seu povo nesta terra para que acolha o Evangelho e floresça na fé. Abandonemo-nos à intercessão dos beatos mártires, para que possamos viver sempre segundo o Evangelho”.

Foi o que expressou o cardeal Andrew Yeom Soo-jung na Missa em comemoração ao 10º aniversário da beatificação de “Paul Yun Ji-chung e seus 123 companheiros mártires”, celebrada na Coreia do Sul em 2014, durante a Eucaristia presidida pelo Papa Francisco, no âmbito de sua Viagem Apostólica ao país asiático. 

Dez anos depois daquele histórico acontecimento histórico - e 40 anos depois da primeira beatificação dos mártires coreanos em 1984 - a comunidade católica coreana promove a "Oração pelos 124 Beatos mártires coreanos", na qual seus nomes são enumerados um a um.

O cardeal Yeom quis recordar a homilia do Papa Francisco na Missa de beatificação celebrada há dez anos, na qual o Pontífice afirmou, com as palavras de São Paulo: “O que pode nos separar do amor de Cristo?”, recordando “a vitória do mártires, isto é, a força do amor de Deus”.

“No décimo aniversário da sua beatificação – disse o cardeal – rezamos mais uma vez pela fé dos nossos antepassados. Pensemos em quão poderosa e bela é a verdade do Evangelho que vivemos, e reflitamos sobre o significado da fé na Ressurreição de Cristo que nossos mártires demonstraram, superando a perseguição e vencendo a morte”.

A oportunidade é vivida, de modo especial, durante o “Mês Sagrado dos Mártires”, setembro, “momento de olhar para a dedicação dos mártires, que são as raízes da Igreja coreana”, e para atualizá-las no presente.

O “Mês Santo dos Mártires” é celebrado em todas as comunidades católicas coreanas, oportunidade em que a Igreja recorda aqueles que deram a vida pela fé, honra os mártires e incentiva a devoção dos fiéis, promovendo peregrinações, vigílias de oração, encontros de catequese e aprofundamento, iniciativas culturais.

A abertura do mês foi marcada pela Celebração Eucarística na Catedral de Myeongdong, em Seul, no dia 1º de setembro, presidida pelo cardeal Yeom, enquanto o encerramento está previsto para 29 de setembro, no Santuário do Martírio de Seosomun, e será presidido pelo bispo Koo Yobi, presidente do Comitê de Honra dos Mártires. No meio do mês celebra-se a festa de Santo André Kim Taegon (1821-1846), primeiro sacerdote e mártir da Coreia, cuja memória é celebrada no dia 20 de setembro.

Entre as diversas iniciativas organizadas em âmbito pastoral, no dia 28 de setembro a Arquidiocese de Daegu realizará uma peregrinação a pé ao Santuário localizado em Sannae-myeon. No dia seguinte, 29 de setembro, a Comissão Juvenil organiza uma peregrinação especial dedicada às crianças e jovens, intitulada “Seguir os passos de padre Kim Dae-geon”, na qual os jovens poderão conhecer a figura de Santo André e "se tornarem seus amigos".

Celebrações e Missas em memória dos mártires são organizadas nas diferentes dioceses, cada uma das quais tem um lugar especial, um santuário ou uma igreja erguida ou dedicada aos mártires. No Santuário de Hwahyeon foi organizada a Eucaristia durante a qual foi realizada uma obra sagrada descrevendo a vida e a fé da Beata Mary Lee Seong-rye, mãe de Thomas Choi Yang-eop (1821–1861) um sacerdote católico coreano martirizado, hoje venerável, que também tem pais mártires: seu pai foi canonizado em 1984 e sua mãe foi beatificada em 2014.

No dia 21 de setembro, em uma peregrinação a pé, os fiéis partirão do vilarejo de Seoji às 6 horas e caminharão cerca de 26 km até Gamyeong, meditando na fé dos santos mártires. No mesmo dia, na província de Gangwon, os fiéis reúnem-se para rezar o Terço pela beatificação do Venerável Padre Thomas Choi Yang-eop.

Na Diocese de Incheon uma cerimônia comemorativa começa com uma peregrinação ao túmulo do Servo de Deus Peter Lee Seung-Hoon (1756-1801), príncipe da dinastia Joseon, batizado e martirizado, enquanto na Diocese de Uijeongbu uma "Missa de ação de graças" é celebrada no Santuário dos Mártires de Angju, acompanhada por um evento musical, o "Concurso de hinos e cânticos em honra dos mártires".

No dia 22 de setembro, a Diocese de Andong celebrará uma Missa de mártires para comemorar a festa de Santo André Kim Dae-geon, São Paulo Jeong Ha-sang e seus companheiros mártires, enquanto na Diocese insular de Jeju, um "Concurso Comemorativ" recorda o primeiro mártir da ilha de Jeju, Peter Felix Kim Gi-ryang.

Do número total de mártires coreanos, calculado em cerca de dez mil, está documentado o martírio de 103 fiéis, o primeiro dos quais é Andrea Kim Taegon. Nascido em 1821 em uma família de cristãos convertidos, Andrea Kim foi batizado aos 15 anos. Estudou num seminário em Macau e foi ordenado em 1845, tornando-se o primeiro sacerdote católico coreano.

Ele foi preso e perseguido por seus esforços de evangelização durante o governo da Dinastia Joseon e executado por decapitação em 16 de setembro de 1846, aos 25 anos de idade.

O Papa João Paulo II canonizou 103 mártires coreanos, incluindo Andrew Kim Taegon, durante a sua visita à Coreia do Sul em 1984. Trinta anos depois, durante a sua visita à Coreia em 2014, o Papa Francisco beatificou outros 124 mártires coreanos.

*Agência Fides

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19 setembro 2024, 08:00