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Catedral de Luxemburgo Catedral de Luxemburgo 

Origens e atualidade da Igreja Católica no Grão Ducado de Luxemburgo

O cristianismo chegou ao território onde hoje é Luxemburgo vindo da cidade de Trier, na atual Alemanha, no século IV e se difundiu a partir de Echternach graças ao trabalho evangelizador do missionário anglo-saxão São Villibrordo (658-739), o "Apóstolo da Frísia e os Países Baixos”, padroeiro do Grão-Ducado.

Vatican News

A Igreja Católica no Grão-Ducado do Luxemburgo tem 1 Circunscrição Eclesiástica na qual estão distribuídas 275 paróquias, com pouco mais de 271 mil católicos (41,5% da população), que são pastoreados por 3 bispos e assistidos por 121 sacerdotes diocesanos e 49 sacerdotes religiosos (170 no total). Os diáconos permanentes são 20, os religiosos não sacerdotes 13, as religiosas professas 225 e os membros dos institutos seculares 6, seminaristas maiores 12.

Os centros de educação de propriedade e/ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos (dados de 31 de dezembro de 2022) são: 2 creches e escolas primárias, que atendem 1.980 crianças; 5 escolas médias inferiores e secundárias, com 2.500 estudantes. No país, a Igreja tem 2 hospitais, 25 casas para pessoas com invalidez ou deficiência e 4 orfanatrófios.

O arcebispo de Luxemburgo é o cardeal Jean-Claude Hollerich, S.I., nascido em Differdange, Arquidiocese de Luxemburgo, em 9 de agosto de 1958; ordenado em 21 de abril de 1990; eleito no Luxemburgo em 12 de julho de 2011; consagrado em 16 de outubro de 2011; criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório de 5 de outubro de 2019; com o Título da Igreja São João Crisóstomo no Monte Sacro Alto.

As origens

 

 O cristianismo chegou ao território onde hoje é Luxemburgo vindo da cidade de Trier, na atual Alemanha, no século IV e se difundiu a partir de Echternach graças ao trabalho evangelizador do missionário anglo-saxão São Villibrordo (658-739), o "Apóstolo da Frísia e os Países Baixos”, padroeiro do Grão-Ducado.

Na época medieval, a influência das comunidades religiosas masculinas ou femininas de obediência beneditina, franciscana ou dominicana era forte na vida religiosa e cultural do então Condado, que mais tarde se tornou Ducado. Além disso, à Idade Média remonta a forte devoção mariana dos luxemburgueses, expressa em particular pelo culto a Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos (Consolatrix Afflictorum), conhecida, desde o século XIX, como Nossa Senhora do Luxemburgo.

A devoção a Nossa Senhora do Luxemburgo é celebrada ainda hoje com grande solenidade durante a Oitava (Oktav), uma celebração de duas semanas que termina com um pontifícal presidido pelo arcebispo na catedral da capital e uma procissão, na presença do Grão-Duque.

Do ponto de vista da organização eclesiástica, o território do Grão-Ducado, sem sede episcopal própria durante 1500 anos, permaneceu durante muito tempo sob a jurisdição da Diocese de Liège (Bélgica), a norte, e da Arquidiocese de Trier (Alemanha), sul.

No âmbito da reorganização das circunscrições eclesiásticas determinada pelo Papa Pio VII na Bula “Qui Christi Domini” após a Revolução Francesa, em 1801 Luxemburgo passou a fazer parte da Diocese de Metz (França). Em 1823, grande parte do território foi anexada ao da Diocese de Namur (Bélgica).

Com a conquista da independência política no século XIX, a Igreja luxemburguesa tornou-se também autônoma das Igrejas belga e alemã. Em 2 de junho de 1840, o Vicariato Apostólico de Luxemburgo foi erigido como resultado do Breve "Ubi universalis Ecclesiae" do Papa Gregório XVI, elevado a Diocese em 1870, e em 1988 a Arquidiocese.

A Igreja em Luxemburgo

 

Atualmente Luxemburgo é um país de antiga tradição cristã e a Igreja Católica sempre representou um ponto de referência na história do Grão-Ducado pela sua identidade nacional, sobretudo nos momentos mais difíceis da sua história, incluindo as duas guerras mundiais.

Ainda hoje, o catolicismo é a religião maioritária, seguido pela fé protestante e pelo islamismo. Os católicos da Arquidiocese, atualmente liderada pelo cardeal JeanClaude Hollerich, S.I., representam aproximadamente 41,5% dos 654.000 habitantes do Grão-Ducado (2023), seguidos à distância pelos protestantes (5%). No entanto, com a secularização e o declínio generalizado da prática religiosa, nas últimas décadas a influência quase exclusiva da Igreja Católica foi reduzida, num contexto cada vez mais multiétnico e multirreligioso que inclui várias minorias: cristãos de outras denominações (protestantes anglicanos , ortodoxos), uma pequena comunidade judaica e, desde a guerra nos Balcãs na década de 1990, também uma minoria islâmica significativa (2,7%), à qual se somaram outras comunidades religiosas (budistas e hindus).

Em linha com as orientações do Concílio Vaticano II, a partir do IV Sínodo Diocesano do Luxemburgo (1972-1981), a Igreja do Grão-Ducado procurou responder aos sinais dos tempos com esforços de renovação interna e novas iniciativas pastorais em nome do diálogo com o mundo e a cultura moderna. O diálogo com outras comunidades religiosas do Grão-Ducado enquadra-se também nesta linha, que se tornou tangível com a criação do Conselho das Igrejas Cristãs em 1997.

A Constituição do Luxemburgo reconhece a liberdade de culto e de expressão da crença religiosa e uma série de acordos estabeleceram diversas formas de colaboração com a Igreja Católica nos setores da assistência social e da educação (ensino religioso católico nas escolas públicas, co-financiamento de escolas privadas). Também foram assinados acordos bilaterais com o Estado para o sustento do pessoal religioso das diversas comunidades.

Visitas dos Papas

 

A do Papa Francisco é a segunda visita de um Pontífice ao Grão-Ducado do Luxemburgo, visitado em 1985 por São João Paulo II por ocasião da sua Viagem Apostólica aos Países Baixos, a Luxemburgo e à Bélgica (11-21 de maio de 1985).

A Catedral

 

A Catedral de Notre-Dame de Luxemburgo foi construída pelos jesuítas no centro histórico da cidade, projetada por Jean Du Blocq, sob a direção das obras de Ulrich Job. A pedra fundamental foi lançada em 7 de maio de 1613. Terminadas as obras, oito anos mais tarde, em 17 de outubro de 1621, a igreja foi consagrada pelo bispo auxiliar de Trier, dom Georg von Helffenstein, e dedicada à Imaculada Conceição.

Quando a Companhia de Jesus foi suprimida em 1773, o local de culto, elevado a paróquia, recebeu o nome de Santos Nicolau e Teresa. Em 1794, a estrutura acolheu a estátua milagrosa de Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, que se tornou padroeira do Luxemburgo em 16 de Outubro de 1666, e nasceu a tradição da "Ottava", ou seja, a peregrinação anual que leva os fiéis a venerar Nossa Senhora na Sé Catedral, onde se encontra uma estátua da Virgem em madeira policromada de tília, com 73 cm de altura e datada de finais do século XVI.

Em 27 de setembro de 1870, a igreja foi elevada a catedral pelo Papa Pio IX, que a dedicou a Santíssima Virgem. Entre 1935 e 1938 sofreu novas obras de ampliação, confiadas ao arquiteto Hubert Schumacher, e a reconstrução do coro em 1962-63. A catedral, no final da reforma, foi reconsagrada em 8 de dezembro de 1963.

Construída em estilo gótico tardio, com influências renascentistas, o templo tem três naves e apresenta decorações renascentistas e barrocas, enquanto o coro mais recente é cercado por grandes janelas luminosas. No seu interior encontra-se o monumento de bronze "Le Prisonnier Politique", obra de Lucien Wercollier, e é possível descer à cripta dedicada a São Pedro, local de descanso dos Grão-Duques do Luxemburgo. Os seus pináculos característicos, que se destacam no centro histórico, representam um dos principais símbolos da cidade.

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26 setembro 2024, 07:00