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Dom Jaime Spengler no início do congresso que segue até domingo (15/09) Dom Jaime Spengler no início do congresso que segue até domingo (15/09)  (Simposio Teológico Internacional)

Presidente do Celam em Quito: o vínculo entre Eucaristia, vida comunitária e criação

“A crise ecológica que vivemos está relacionada com a perda da sacralidade dos elementos da natureza”, afirmou dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe no primeiro dia de trabalhos do 53º Congresso Eucarístico Internacional em Quito, no Equador. Em vista da COP30 em Belém no próximo ano, o convite para se tornar "sacerdotes da criação".

Vatican News

Nesta segunda-feira (09/09) e primeiro dia de 53º Congresso Eucarístico Internacional que está sendo realizado em Quito, no Equador, com o tema 'Fraternidade para curar o mundo', dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam), celebrou uma missa para dar início às atividades que serão desenvolvidas até o próximo domingo, 15 de setembro.

Na homilia, o prelado brasileiro refletiu sobre o chamado à fraternidade que é alimentada, segundo ele, “pelo corpo e sangue do Senhor” com o propósito de salvar a humanidade: “uma fraternidade que se reúne em assembleia ao redor da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor”. Ao participar da Eucaristia, acrescentou ele, “expressamos nossa participação na própria vida do Senhor, formamos fraternidade e somos irmãos e irmãs”.

Vivemos em um mundo ferido

Também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Jaime comentou sobre o mundo convulsionado que tem uma grande ferida por conta da pobreza e da fome. Acrescentou a essa dor, a crise ecológica que a humanidade está sofrendo: “uma ferida que somos convidados a curar porque somos a ponte entre Deus e o mundo”.

A partir daí, disse ele, somos todos responsáveis pela criação e lembrou que a possibilidade do futuro da humanidade dependerá das ações e decisões que o homem tomar para cuidar da casa comum. “Ao tomar o mundo em nossas mãos, integrando-o criativamente e remetendo-o a Deus, cooperamos para libertar a criação de seus limites, curando as feridas e, assim, promovendo a vida".

A Eucaristia e a criação

Em outro aspecto, ele afirmou que a crise ecológica pela qual a humanidade está passando está relacionada à perda da sacralidade dos elementos da natureza na cultura. Dom Jaime então observou que muitos poderiam se perguntar: “o que isso tem a ver com a Eucaristia?”. Ele respondeu que a Igreja sempre entendeu a Eucaristia como a ação de toda a assembleia reunida, ou seja, de toda a Igreja em favor da vida e da construção da fraternidade.

“O caráter fundamental da Eucaristia é que ela é uma reunião e uma ação na qual se contempla e se vive todo o mistério de Cristo, ou seja, a salvação do mundo, promovendo a fraternidade universal! A Eucaristia não nos afasta do mundo. Pelo contrário, ela nos leva ao mundo. A Igreja sempre reconheceu um forte vínculo entre a Eucaristia, a vida comunitária, a sociedade e a criação”, disse ele.

Na mesma linha e em conclusão, o arcebispo de Porto Alegre lembrou que no próximo ano a COP30 será realizada na cidade de Belém, no Brasil, uma oportunidade privilegiada, disse ele, para que todos se mostrem como “sacerdotes da criação: em um mundo ferido, mas determinados a oferecer ao Pai os dons da criação; dispostos a cooperar na cura das feridas do mundo; prontos para dar testemunho do poder do amor que dá vida a todas as coisas”.

Colaboração: Luz Marina Medina/ADN Celam

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10 setembro 2024, 07:19