Busca

Pessoas deslocadas pelo conflito do sul do Líbano desembarcam de um veículo na beira de uma estrada em Beirute, em 24 de setembro de 2024. Pessoas deslocadas pelo conflito do sul do Líbano desembarcam de um veículo na beira de uma estrada em Beirute, em 24 de setembro de 2024.  (AFP or licensors)

Guardião dos franciscanos em Beirute: as pessoas estão com medo, acolhemos quem foge

O testemunho do padre Jihad Kraiem, vindo do país onde os ataques israelenses contra o Hezbollah se intensificam: “As bombas não caíram nos nossos bairros predominantemente cristãos. Por enquanto seguros, mas não sabemos o que irá acontecer”. Famílias xiitas acolhidas no mosteiro de Gemmayzeh: “São necessários alimentos e cobertores. Distribuímos o que tínhamos."

Roberto Cetera - Cidade do Vaticano

“Em Beirute a situação é caótica, especialmente as pessoas da área xiita estão fugindo para as áreas cristãs. As bombas não caíram perto de nós, mas se ouvia bem. E as pessoas estão com medo, muito medo."

Ouça o testemunho em italiano do padre Jihad Kraiem, guardião dos franciscanos de Beirute

É ofegante a voz do padre Jihad Kraiem, guardião dos franciscanos em Beirute, onde a tensão é alta após a onda de ataques israelenses contra o Hezbollah no País dos Cedros. Os ataques das últimas horas mataram mais de 550 pessoas, incluindo cinquenta crianças, segundo informou o Ministério da Saúde libanês, bem como dois funcionários do ACNUR.

Os bombardeamentos provocaram a fuga de famílias xiitas: “Os bombardeamentos ainda não chegaram aos nossos bairros, pelo menos por enquanto estão seguros. Não sabemos se ainda o serão...", diz o padre Jihad aos meios de comunicação do Vaticano. "Como hospedamos famílias xiitas, elas poderiam vir até nós. As pessoas têm medo disso."

"Hospedamos o maior número possível"

 

O mosteiro franciscano de Gemmayzeh acolheu e continua a acolher refugiados neste momento: “Acolhemos muitas pessoas, especialmente crianças, mulheres e até os seus maridos, não podemos dizer-lhes não... Acolhemos tantos quantos podemos. Temos que dar comida, cobertores, colchões para essas pessoas, mas faltam muitas coisas. O que tínhamos, distribuímos. Também estamos procurando ​​ver em outros centros, não apenas no nosso, o que eles precisam para que possamos ajudá-los”. Acima de tudo, tendo em vista o inverno, são necessários cobertores: “Especialmente nos lugares onde faz mais frio”, afirma o franciscano. “E depois precisamos de comida, leite para as crianças…”.

Centenas de famílias fogem do sul do Líbano.
Centenas de famílias fogem do sul do Líbano.

Em busca de alimentos e necessidades básicas

 

Nessas horas é difícil encontrar bens de primeira necessidade: “Não sabemos para onde ir, todo mundo corre para comprar, fica difícil encontrar as coisas necessárias, estamos tentando comprar um pouco aqui e um pouco ali, está faltando muita coisa."

“Nosso convento – acrescenta o padre Jihad Kraiem – é um lugar seguro por enquanto. Eles ainda não estão bombardeando áreas cristãs, nossa área tem uma maioria cristã e não achamos que será bombardeada, pelo menos considerando o que está acontecendo agora”. Porém, o futuro é incerto e muda de hora em hora: “Não sabemos o que irá acontecer...”.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

25 setembro 2024, 11:34