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2024.10.04 XVI Assemblea Generale Ordinaria del Sinodo dei Vescovi - II Congregazione Generale

Dom Jaime Spengler: o Sínodo não terminou, começa agora!

O presidente da CNBB e do Celam, dom Jaime Spengler, no encerramento dos trabalhos do Sínodo, compartilha o desejo do Papa Francisco de aplicar as indicações do processo sinodal às realidades locais: "o Sínodo não terminou. O Sínodo está começando agora. É a partir do retorno às nossas dioceses que teremos de levar o que aqui foi construído", através de uma experiência de "comunhão, da participação e da missão".

Andressa Collet - Vatican News

Testemunhar o Evangelho "mais com a vida do que com as palavras", afirmou o Papa Francisco em discurso no sábado (26/10), após votação e aprovação do Documento Final da segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, fechando um período de três anos de processo sinodal iniciado em 2021 que envolveu toda a Igreja. O arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, também presidente da CNBB e do Celam, além de um padre sinodal entre os mais de 350 membros que no último mês se reuniram diariamente no Vaticano, tanto acolheu como já está compartilhando as indicações do Pontífice. Após terminar a fase de escuta recíproca, com trabalhos alternados entre momentos de oração e diálogo, o Sínodo vai realmente começar, afirmou dom Jaime em entrevista a Silvonei José da Rádio Vaticano - Vatican News:

"O trabalho começa agora: retornando às nossas realidades locais, ali vamos aplicar aquilo que tentamos juntos, na escuta uns dos outros, na sintonia do Espírito de Deus, no diálogo fraterno, no debate na Sala Sinodal, construir e agora aplicar junto às nossas realidades."

“O Sínodo não terminou. O Sínodo está começando agora. É a partir do retorno às nossas dioceses que teremos de levar o quê aqui foi construído.”

Comunhão, participação e missão

Uma construção - um guia para a missão das igrejas - que já está acessível a todos através da publicação do Documento Final, aprovado integralmente pela assembleia, já que o Papa não tem a intenção de publicar uma exortação apostólica. Dom Jaime Spengler aprofunda o texto, composto por cinco partes e seus 155 parágrafos, afirmando que é uma obra para impulsionar a experiência das Igrejas locais através da "comunhão, da participação e da missão". 

Para ser uma Igreja sinodal, portanto, é fundamental, primeiro, promover a comunhão, "e não como usualmente talvez se faz", alertou o arcebispo de Porto Alegre, de uma 'comum união': "existe uma outra possibilidade de ler o termo: 'co-múnus', um múnus, uma tarefa, uma missão que todos nós somos chamados a juntos desenvolver e levar adiante".

Outro desafio junto às realidades locais diz respeito à participação, envolvendo ainda mais as coordenações, os leigos e o clero na vida ordinária nas comunidades de fé: "não para falar para nós mesmos, não para nos satisfazer talvez com aquilo que podemos realizar entre nós, mas para verdadeiramente nos abrir para o mundo: eis aí a dimensão da missão", comentou dom Jaime, ao acrescentar:

"Eu sempre gosto de recordar que para além das portas das nossas igrejas existe uma multidão que talvez não nos conheça. Existe uma multidão talvez que nem nos quer. E a esses, Jesus continua dizendo 'ide anunciai, testemunhai', é dimensão da missão. E, certamente nestes tempos complexos que vivemos, a missão se torna um desafio ainda maior, mas também não podemos esquecer que a Igreja iniciou com um grupo pequeno, foram 11. Eram 12 no início, um depois parece que não deu muito certo na história, mas 11 com uma mulher. E, aquele trabalho realizado por aqueles 11 com essa mulher chegou até nós. Por essa tradição, por essa história e esse patrimônio hoje todo batizado e toda batizada é corresponsável."

Para o Papa, o Documento Final oferece um impulso para testemunhar que é possível “caminhar juntos na diversidade”
Para o Papa, o Documento Final oferece um impulso para testemunhar que é possível “caminhar juntos na diversidade”

O Sínodo é um novo Pentecostes

Participar de um evento eclesial desta magnitude, finalizou dom Jaime, "expressa aquilo que é a Igreja, presente em todos os continentes, de distintas culturas, tradições, línguas, também de concepções teológicas. Um segundo aspecto é a expressão da universalidade da Igreja e, com todas essas diferenças, ter encontrado alguns aspectos de consenso: isso é obra do Espírito. A assembleia realizada aqui em Roma, e nesses três anos de trabalho, eu resumiria numa expressão: um novo Pentecostes. É um novo Pentecostes, onde realmente o Espírito de Deus falou e haverá de continuar falando, porque, como eu dizia, o Sínodo começa agora".

Dom Jaime Spengler em entrevista a Silvonei Protz

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28 outubro 2024, 08:00