Monumento dedicado à Imaculada Conceição, Piazza di Spagna, Roma Monumento dedicado à Imaculada Conceição, Piazza di Spagna, Roma  (Vatican Media)

A singularidade de Maria, o dogma da Imaculada Conceição

"A Imaculada Conceição de Maria é um mistério de singularidade", afirma Frei Jonas Nogueira, que destaca o convite atual do dogma da Imaculada Conceição à humanidade, após 170 anos de sua proclamação.

Fagner Lima – Vatican News

O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854, na bula "Ineffabilis Deus", que atesta e proclama que a Virgem Maria foi preservada do pecado original. Desde o primeiro instante de vida, ou seja, desde sua concepção, a Mãe de Deus não teve em si nenhum tipo de inclinação ou idolatria ao mal, como destaca Frei Jonas Nogueira da Costa, OFM.

“Maria jamais foi libertada do pecado, porque ela nunca foi cativa do pecado original.”

Jonas complementa que a Igreja, quando se utiliza do termo “pecado original”, se refere à graça. Ao afirmar que a Virgem Maria é concebida sem o pecado original, afirma-se que Maria viveu, desde o primeiro instante, na graça de Deus, não por seus próprios méritos, mas por essa graça, que brota da cruz de seu Filho, Jesus Cristo.

“Por isso, é pelos méritos de Jesus que Maria foi concebida sem o pecado original. É pela cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo que Maria, de modo antecipado, participa da redenção dada à toda humanidade pela paixão, morte e ressurreição de seu Filho.”

Um sinal de esperança

A Imaculada Conceição de Maria é um mistério de singularidade, afirma o religioso, que recorda que a Santíssima Virgem experimenta a redenção dada na cruz a toda humanidade, porém de modo singular, pois ela é a mãe do Senhor, testemunha privilegiada da encarnação. A graça de Deus alcança Maria de modo particular para trazer à humanidade um sinal de esperança, indicando que o pecado e o mal não têm a última palavra.

Frei Jonas recorda o convite atual do dogma, proclamado há 170 anos, em um contexto em que a sociedade contemporânea vive o fenômeno da banalização do mal, onde somos "bombardeados" por informações de atos desumanos, pecado, marcados por violência e intolerância, propagados particularmente pelas redes sociais. Isso traz o risco da aceitação do mal como algo cotidiano.

"Não podemos pensar desta forma, porque não nascemos para o ódio, para o mal. Nascemos para a graça de Deus. Somos profundamente amados por Deus desde o primeiro instante da nossa criação, como Maria o foi, como esse mistério da Imaculada Conceição fala de um modo muito claro."

A preservação em sua totalidade

Atualizando ainda o contexto dogmático da Imaculada Conceição, o religioso recorda o anúncio que a Igreja realiza por meio dele: um anúncio de vida e esperança através da Virgem Maria. Todos os cristãos são convidados a viver uma atitude contrária à banalização do mal, banindo tudo o que possa desumanizar o ser humano.

"Ele anuncia a todos nós o querer de Deus, que todo ser humano alcance o exercício de sua liberdade e seja feliz. Deus espera de todos nós a possibilidade de, no ato de liberdade, dar nossa vida pelo próximo. E entender que, na doação e na busca de viver o Reino de Deus, estamos vivendo nossa vocação mais original."

Jonas finaliza destacando o significado da palavra "preservação", presente no dogma: "Essa preservação que Maria viveu por obra do Espírito Santo, podemos estender em outros sentidos", recordando a preservação da dignidade do ser humano. A mensagem dogmática nos convida à preservação do ser humano como um querer de Deus, expresso na Imaculada Conceição de Maria, sublinha o religioso.

Ele conclui recordando a preservação da Casa Comum e enfatizando a urgência do cristão em reassumir o discurso sobre a preservação do meio ambiente como algo vital para toda humanidade.

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08 dezembro 2024, 08:00