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Vem peregrino de esperança: perdoa e reconcilia!

Em nossos reducionismos, minimalismos e “virtudes simplistas”, somos incapazes de percebermos, por vezes, a grandeza de cada Tempo; e, sobretudo que, temos apenas o HOJE, em meio a todas as “classificações de grandezas”. Estamos hoje nos preparando para o Sagrado e, em algumas situações, o “controverso” Natal (consumismo e paganismo). Uma coisa é certa, o perdão e a reconciliação são elementos essenciais para relacionamentos saudáveis e duradouros, geradores de Esperança.

Diác. Adelino Barcellos Filho - Diocese de Campos/RJ.

É interessante ressaltar que, só é possível acontecer quaisquer espécies de mudança, para melhor, a partir da experiência de Fé de Jesus Cristo e assim mergulharmos no Seu Amor Salvífico, Redentor, sempre crescente na intimidade com o Pai. Estes pressupostos são fundamentais, no entendimento de que Deus está sempre  presente em nossas vidas, mesmo quando não merecemos ou ‘O rejeitamos’, por não querer saber de regras, normas, muito menos disciplinas e obediência.

Nossa maior referência é Ele, Glória da Trindade Santa, “Felipe, quem me vê, vê o Pai”, como “Filho do Altíssimo" se fez nosso irmão e, no Espírito Santificador, que procede dos dois quer nos transformar, santificar e para que tudo isso aconteça, “aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens". E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de Cruz” (Filipenses 2). Aumentai em mim, Senhor Jesus Cristo a Vossa Fé. Se Tu queres, eu quero! “Basta-me a Tua Graça”!

Há uma grande ilusão, imperando em nosso tempo, hoje, querer ser feliz sem um mínimo conhecimento de si mesmo, do seu corpo, sua alma e espírito, do outro e de Deus. Os nossos sentimentos, por mais ‘belos e comoventes’ que sejam, não conseguem esconder por muito tempo a carência de sentimentos nobres e sadios, cheios de ternura, no vibrar do afeto humano emanado, no Coração do Deus Menino, N’Ele ocorrem várias epifanias, em todas elas a Manifestação de toda a Verdade, do Amor Divino e Infinito, sem fingimento, como nos exorta o Papa Francisco.

Esta realidade também foi expressa, pelo Papa Bento XVI, ao afirmar que, “Do Horizonte Infinito de Seu Amor, Deus quis entrar nos limites da história e da condição humana, assumiu um Corpo e um Coração, de modo que nós possamos contemplar e encontrar o infinito no finito, o Mistério invisível e inefável, no Coração humano de Jesus, o Nazareno”. Todo o ‘Mistério oculto’ de Deus nos foi revelado, desde sempre e na plenitude dos tempos (que é a presença de Deus em pessoa na história), o tempo da Salvação, inaugurado com o nascimento de Jesus Cristo; é NATAL.

Jesus Cristo é a plenitude da Revelação de Deus, pois é o Filho de Deus e o mediador de toda a Revelação. Tudo que estiver ligado ao ocultismo, realidades secretas, escondidas, em escuridão, precisam vir à Luz de Jesus Cristo e se permitirem fazer a experiência da verdadeira Esperança. “Quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma Mulher e nasceu submetido a uma Lei, a fim de remir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a Sua adoção. A prova de que sois fi­lhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: "Aba, Pai!" Já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus” (Gálatas 4).

Tudo o que está fora da Comunhão com Deus, da Verdade Celeste Revelada, no Menino Deus, mesmo aparentemente designadas como coisas boas, podem nos escravizar, conduzir-nos a situações de egoísmos e pecados. Contudo, a minha condição de pecador (por causa das consequências do pecado original) não me dá o direito de pecar: “vai e não peques mais”. A ausência do Perdão, oprime e reprime a possível Ação Libertadora, que permite a pessoa se libertar de amarras negativas do passado e seguir adiante.

Para tanto, há de se considerar três aspectos do perdão, que exigem honestidade,  coragem, determinação e por vezes, Virtude Heroica: - Auto Perdão: honrar e respeitar a própria história; - Perdoar o outro: aceitar a dualidade do ser humano e buscar o equilíbrio; Pedir perdão: pode ter causas conscientes ou inconscientes (pode ser manifestado de muitas maneiras, gestos de carinho e humanidade, etc). À medida que crescemos na humanidade de Jesus Cristo, reconduzimo-nos  por Ele, com Ele e N’Ele à Sua Imagem e Semelhança em nós, refletida na Casa Comum e quiçá em todo Universo.

A Reconciliação é muito eficaz nesse processo, uma vez que significa acalmar, apaziguar, atrair as vontades opostas, restabelecer a harmonia e a concórdia, apesar das nossas diferenças e mediocridades. As Curas, pela Confissão dos pecados (Sacramento da Reconciliação, após arrependimento sincero) e pelo Sacramento da Unção dos  Enfermos, favorecem muitíssimo a Vida Eucarística, Fonte geradora de toda a Esperança. Aproveitemos o Ano da Graça do Senhor (2025), instituído pelo Papa Francisco, “Somos Peregrinos de Esperança”. Corramos às Portas Santas, que o Céu nos abre!

Desta maneira, recordo com muito carinho e afeição, o nosso querido Padre Zezinho, 🎵“Estou pensando em Deus / Estou pensando no Amor / Tudo seria bem melhor / Se o Natal não fosse um dia / E se as mães fossem Maria / E se os pais fossem José / E se a gente parecesse / Com Jesus de Nazaré”🎵. Que o Menino Deus renasça em nossos corações, enquanto há tempo; o tempo que temos é HOJE.

Convido você, que chegou até aqui, nesta reflexão, a fazer comigo a Oração de Natal do Papa João XXIII:

Ó doce Criança de Belém, concede-nos que possamos partilhar com todos os nossos corações este profundo Mistério Revelado do Natal. Coloca nos corações dos homens e das mulheres esta Paz, pela qual eles às vezes procuram tão desesperadamente e que só Tu podes dar-lhes. Ajuda-os a se conhecerem melhor e a viverem como irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai. Revela-lhes também a Tua Beleza, Santidade e Pureza. Desperta nos seus corações o Amor e a Gratidão pela Tua infinita Bondade. Une-os a todos, no Teu Amor. E dá-nos a Tua Paz Celeste. Amém.

Formação do autor: http://lattes.cnpq.br/0897881564299806

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12 dezembro 2024, 09:25