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Fiéis em oração em Yangun, em Mianmar, país do suedeste asiático (AFP) Fiéis em oração em Yangun, em Mianmar, país do suedeste asiático (AFP)

Yangun: um novo bispo auxiliar para apoiar a fé mesmo na escuridão

Na festa de São José, a ordenação episcopal de dom Raymond Wai Lin Htun foi presidida pelo cardeal Charles Maung Bo. A advertência do arcebispo de Yangun contra as divisões étnicas: “Podemos ceder à tentação de tratar os outros com base em identidades criadas pelo homem, quando na verdade somos todos filhos de Deus criados à Sua imagem?”

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No dia da festa de São José, na quarta-feira, 19 de março, a Igreja em Mianmar viveu a alegria da ordenação episcopal do novo bispo auxiliar de Yangun, dom Raymond Wai Lin Htun, um sacerdote de 48 anos nomeado pelo Papa Francisco em 27 de dezembro passado. Foi o cardeal Charles Maung Bo, o arcebispo ao qual ele se juntará em seu ministério, que presidiu o rito solene que também se tornou uma ocasião para refletir sobre o ministério da Igreja no país que está mergulhado no drama da guerra civil há quatro anos.

A justiça e a paz de Deus prevalecerão

Em sua homilia, o cardeal Bo confiou à intercessão de São José os milhares de pessoas que, como ele fez com a Sagrada Família, estão hoje deslocadas internamente em Mianmar “e vivem com a angústia de seus filhos e filhas que foram forçados a fugir de suas casas, passam fome e são afligidos pelo desespero”. Citando o lema episcopal do novo bispo - que diz “Nessa esperança somos salvos” (Rom 8,24) - e os tempos de “crise e incerteza” que o país está vivendo, o arcebispo de Yangun convidou dom Raymond a ser “firme na fé, como Abraão, que confiou nas promessas de Deus mesmo quando tudo parecia impossível”. Ter fé “não em soluções terrenas, mas na providência inabalável de Deus, que permanece soberano mesmo nas horas mais sombrias”. “Lembre às pessoas - acrescentou o cardeal Bo - que a justiça e a paz de Deus prevalecerão, mesmo que ainda não possamos ver isso”.

Fiéis em oração durante Missa em Yangun, em Mianmar, país do suedeste asiático (AFP)
Fiéis em oração durante Missa em Yangun, em Mianmar, país do suedeste asiático (AFP)   (AFP or licensors)

Única guerra que temos de combater é contra ódio e divisão

Por fim, o arcebispo de Yangun aproveitou a ocasião da ordenação do novo bispo auxiliar para mais uma vez conclamar o país à unidade. “A única guerra que precisamos combater - disse ele - é a guerra contra o ódio e a divisão”. E ele também advertiu os cristãos de Mianmar contra esse demônio. “Será que também podemos nos identificar com uma identidade cultural semelhante a uma casta ou com todas as outras identidades?  Podemos ceder à tentação de tratar os outros com base em identidades que são construídas por mãos humanas, quando na verdade somos todos filhos de Deus criados à Sua imagem?”

Deixemos ressurgir a esperança

“Neste tempo de Quaresma - concluiu o cardeal Bo – arrependamo-nos de nossos corações divididos. Deixemos que a discriminação baseada em identidades culturais, como castas e tribos, morra aos pés da Cruz e deixemos que Cristo reine em nossos corações. Deixemos ressurgir a esperança. Que todas as nossas feridas sejam curadas e que a cura de nossa nação e do mundo inteiro também comece.

(com AsiaNews)

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