Povo Wajãpi, o cuidado com a Casa Comum
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
Kapirijerã Wajãpi é da aldeia Kamuta e membro do conselho das Aldeias Wajãpi. Pertence ao povo Wajãpi que habita a região delimitada pelos rios Oiapoque, Jari e Araguari, entre Pará, Amapá e a Guiana Francesa. No Brasil, estão distribuídos em treze pequenas aldeias e segundo estimativas de 2014, a população conta 1.200 pessoas. Falam uma língua da família Tupi-guarani, mas o conhecimento do português está progredindo rapidamente.
O povo Wajãpi vive da caça, da pesca, da agricultura e da coleta. Mudam com frequência a localização de suas aldeias para permitir que as áreas cultivadas possam ter a recuperação ambiental.
Contatado pelo projeto Voz da Amazônia, Kapirijerã afirma que seu povo é contra qualquer tipo de abertura à exploração na Amazônia e se mostra apreensivo com a possível liberação, na região, para a mineração.
Kapirijerã diz que a Terra cuida da humanidade e de todos os seres que nela habitam. Mas lembra que ela também sente dores como a humanidade:
“A Terra tem sangue, que são as águas. Tem pelo, que é a floresta. Tem pulmão que são os minérios. Se a gente destrói tudo isso daí a Terra vai ficar doente. A Terra sofre! Se a gente acaba com a Terra isso vai trazer muitos impactos. Isso vai afetar o mundo inteiro”, diz o jovem.
“O pai da Terra é o vento. Se a gente fere a Terra, o pai defende a filha. Por isso acontece os furações e tsunamis. É porque a filha está ferida, machucada. Por isso é importante cuidar da Terra”, revela Kapirijerã.
A equipe do é formada pela Irmã Osnilda Lima, assessora de imprensa da REPAM-Brasil, o documentarista da Verbo Filmes, Gaspar Guimarães e Paulo Airton Maia, fotógrafo do Instituto Humanitas da Unicap.
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