Síria: assédio aos bairros rebeldes, 190 mortos. Card. Zenari: crianças em perigo
Cidade do Vaticano
A nova onda de violência nos subúrbios orientais de Damasco não pára. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, outros cinquenta civis perderam a vida em consequência dos ataques aéreos lançados pelo governo sírio contra Ghouta, localidade a leste da capital nas mãos dos rebeldes e assediada pelas tropas de Assad. As estimativas de grupos independentes informam que desde domingo 194 pessoas perderam a vida no enclave; cerca de 500 os feridos. Entre as vítimas há também 52 crianças e 29 mulheres, destacaram os ativistas. Entretanto a agência oficial de notícias da Síria atribui os ataques de morteiros no centro de Damasco aos rebeldes, que teriam causado pelo menos 5 mortos e 50 feridos.
Unicef: tragédia pior do que Aleppo
Unicef Itália fala de chacina pior do que Aleppo e recorda mais de 60 crianças mortas no mês de janeiro. A Agência das Nações Unidas para a Infância afirma que em Ghuta oriental, onde vivem 95% dos sírios sob assédio, está em andamento “uma verdadeira emergência humanitária”. Cerca de 400 mil civis vivem nesta área e o regime pretende recuperar o controle para pôr fim aos lançamentos de mísseis por parte dos rebeldes contra a capital.
Turquia anuncia assédio a Afrin
Enquanto isso, no norte da Síria, na fronteira com a Turquia, aumenta a pressão das tropas de Ancara contra Afrin, cidade controlada pelas milícias curdas do Ypg. O presidente Erdogan anunciou aos deputados do Parlamento que o exército irá sitiar o centro da cidade, “para tornar a região segura e vivível”. Intervenção também confirmada pelo ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, que, durante uma entrevista com a TV Kanal 24, disse que a Turquia quer impedir que as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) criem um “corredor do terror” que possa dividir a Síria.
Zenari: atingidos também os bairros cristãos
A situação de violência na capital nos é descrita pelo Núncio Apostólico na Síria, cardeal Mario Zenari, que se faz porta-voz dos temores da comunidade cristã e de todas as famílias com crianças em idade escolar:
“Na semana passada, algumas escolas cristãs foram fechadas porque, naturalmente, é sempre um risco enviar os filhos para a escola, tendo em conta os foguetes e morteiros que caíram sobretudo na área da antiga Damasco, onde há bairros com escolas cristãs. Os foguetes caem um pouco em todos os lugares em Damasco, embora um pouco mais frequentemente nessas áreas dos bairros cristãos”.
O cardeal Zenari registra “uma recrudescência que não se via há algum tempo” e “um aumento dos combates, com mortos e feridos”. “Presume-se – disse ainda o purpurado – que sejam os rebeldes, como resposta aos ataques do governo contra Ghouta”. O núncio, portanto, exorta todos à oração pela paz, convocada para sexta-feira, dia 23: “Confiamos na arma da oração”.
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