Pobreza em Portugal: "Tenho vergonha”, diz Presidente da República
Domingos Pinto – Lisboa
"É uma vergonha nacional sermos, em 2017, e agora já em 2018, das sociedades mais desiguais e com tão elevado risco de pobreza na Europa. Eu tenho vergonha", disse o Chefe de Estado Português no passado dia 21, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Uma preocupação expressa no encerramento do debate sobre a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, uma iniciativa que teve como ponto de partida uma audiência, em dezembro de 2017, do Chefe de Estado à Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "é urgente juntar ao crescimento e ao emprego uma estratégia autónoma nacional de combate à pobreza, para a sua erradicação, não esperando que um dia os avanços da economia cheguem àqueles que, nessa altura, ou não pertencerão já ao número dos vivos, ou cuja pobreza é tal que toda a recuperação é inviável".
O Presidente da República defendeu que este caminho "é o único condizente com o realismo da Constituição da República Portuguesa", com a visão de "um personalismo assente na dignidade da pessoa humana", e acrescentou: "O que temos é de decidir o que queremos, e não esperar por mais crises futuras, assim desperdiçando o tempo que vivemos".
Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que não se pode "negar os dados" e que se impõe "uma estratégia global de erradicação da pobreza" em Portugal, "no terreno, e com uma ampla mobilização nacional".
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