Um retrato do Amapá com o bispo, Dom Pedro Conti
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Em tupi, o nome "amapá" significa “o lugar da chuva”; e em nheengatu, língua indígena derivada, significa "terra que acaba": é lá, neste ex-território federal que é estado desde 1º de janeiro de 1991 e onde vivem 792 mil habitantes, que vamos hoje.
Terras sem título de propriedade
Depois de ter explorado, e exportado durante décadas o manganês, hoje o Amapá tem na produção de soja sua maior fonte de renda. A produção está em constante aumento graças à abundância de sol e chuva, que propiciam aos agricultores duas safras anuais.
Atraídos por estes fatores, imigrantes, especialmente do sul do país, começaram a popular estas terras. Muitos colonos não possuem, no entanto, título de propriedade, apesar de o governo da União ter transferido 4,5 milhões de hectares para o estado, um ano atrás.
Silvonei José conversou com Dom Pedro Conti, que nos apresenta o detalhe desta situação. Ele é o bispo de Macapá, diocese que abrange todo o estado e que conta 28 paróquias.
“O Amapá é um estado que era território federal e tinha pouca população. Viviam bem porque ou eram empregados da Federação ou trabalhavam para uma empresa dos EUA que explorava o manganês. O Amapá sempre foi conhecido como a região do manganês. Eram poucas pessoas e todas trabalhavam. Quando se tornou estado e o manganês parou de ser explorado, começaram a chegar migrantes de todo lugar”.
“A população cresceu muito. As terras foram repassadas mas ainda não foi feito o recenseamento, com o direito de quem está nelas. Isto nos preocupa muito porque o avanço da soja significa que as pessoas que compram terras e as ocupam. Os colonos que estavam lá não têm título de propriedade”.
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