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A Irlanda diz sim ao aborto: derrotado o direito à vida

Dom Vincenzo Paglia: "Vivemos em uma cultura individualista que não sabe dar a vida”.

Cidade do Vaticano

O sim ao aborto enfraquece o princípio do direito à vida, um direito humano fundamental. No último mês, os bispos de todas as dioceses irlandesas enviaram às fiéis cartas pastorais nas quais pediam: "Vença o direito à vida". Apesar do apelo dos bispos, as previsões não deixam margem para dúvidas: 68% sim contra os 32 não. Um resultado que muda a imagem da católica Irlanda, mas que deixa aberto todas as dúvidas levantadas pela Igreja local sobre a conveniência de manter um referendo que divide o país em dois.

Mais uma vez, a proteção da vida do nascituro, introduzida em 1983, é colocada em segundo plano. Até agora, a lei irlandesa proibia a interrupção da gravidez, exceto em casos excepcionais de perigo direto para a vida da mãe. Um voto que rasga a consciência nacional, o tecido social, a origem ética e a tradição religiosa do povo irlandês. A derrota do mais fraco nunca é um sinal de progresso.

Legalização do Aborto na Irlanda

Não obstante as advertências da Igreja na Irlanda do Norte em defesa da vida, o país, de maioria católica, disse “sim” ao aborto no referendo desta sexta-feira (25/5).

A este respeito, Vatican News entrevistou o arcebispo Vincenzo Paglia, Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, que disse:

Acho que não devemos cantar nenhuma vitória e tanto menos nos rejubilar, porque tudo o que facilita a morte, não pode causar alegria. Este acontecimento na Irlanda deve levar-nos, ainda mais, não só a defender a vida, mas a promovê-la, a acompanhá-la, criando condições para que não sejam tomadas decisões dramáticas. Interromper a vida é sempre um drama! Ao invés, devemos alegrar-nos quando, no mundo, se defende e se promove a vida. É disso que precisamos”.

Quais os motivos que levaram a Irlanda católica a optar pelo aborto?

À parte a história da Irlanda, seria necessário estar presente no país para dar um parecer apropriado. No entanto, já se respirava certa atitude individualista, que leva ao obscurecimento dos direitos de todos, inclusive o dos nascituros e dos mais frágeis. A cultura da vida deve abater e ter prioridade sobre o ‘hiperindividualismo’, que pensa só no bem-estar pessoal, pelo qual, às vezes, se paga um alto preço. Encontramo-nos diante de uma cultura que busca colocar em segundo plano o direito de salvar a vida. Esta é uma lógica dramática! Trata-se de uma cultura individualista que não sabe dar a vida, pelo contrário, tenta tirá-la”.

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26 maio 2018, 12:37