Nicarágua. Bispos suspendem a mediação no diálogo nacional
Cidade do Vaticano
Interrompida a mediação dos bispos depois do não do governo a uma agenda comum. Os bispos tomaram esta decisão depois que os delegados do executivo recusaram a aprovação de uma agenda comum de reformas. “Foi impossível ir adiante com o diálogo nacional porque não conseguimos nem mesmo começar com a agenda pela democratização”. Escreveu no tuíte o bispo auxiliar de Manágua, Silvio José Báez Ortega, sobre os trabalhos de diálogo que se realizam no Seminário de Nossa Senhora de Fátima.
Não do governo à reforma da constituição e do poder legislativo
A tomada de posição dos bispos está relacionada à situação decisiva que chegou o Diálogo nacional. A quarta sessão do diálogo, com efeito, ficou bloqueada nos três primeiros pontos da agenda proposta pelo episcopado, ou seja, a reforma constitucional para eleições antecipadas, a reforma da lei sobre a organização do poder legislativo e o lançamento de novas reformas com a assistência de garantes externos como a União Europeia e a Organização dos Estados Americanos. Até então todos os participantes do diálogo tinham aceitado uma agenda de quinze pontos proposta pela Comissão Interamericana dos direitos humanos (CIDH) que visitara o país nos dias anteriores. A CIDH tinha solicitado no seu relatório, entre outros pontos, a criação de um mecanismo legal independente para investigar sobre as violações dos direitos humanos, e a dissolução dos grupos irregulares sandinistas que apoiaram as forças de ordem nas ações contra os manifestantes.
Mediadores nicaraguenses
“É preciso confiar nos bispos, não queremos desiludir ninguém. Estamos fazendo o possível pelo amor de Jesus e da nossa pátria, a Nicarágua”, são as palavras de D. Báez Ortega alguns dias atrás em uma coletiva de imprensa. “A paz que estamos procurando não é a paz dos cemitérios, nem a dos escravos submetidos, é a paz que nasce das pessoas reconciliadas. Nós aceitamos ser mediadores do diálogo nacional para não convidar delegações estrangeiras ou internacionais”.
O Governo pede o fim das violências e dos protestos
Enquanto isso, o governo sublinhou que o programa do diálogo deve incluir como ponto essencial o fim dos protestos e das violências. O ministro do Exterior, Denis Moncada, declarou na quarta-feira (23/05) que “não aceitamos esta agenda, imposta unilateralmente” e que representa “um caminho que leva ao golpe de Estado”. Junto com outros representantes do governo, Moncada insistiu que o verdadeiro problema que o país enfrenta “são os blocos estradais e os protestos nas ruas”.
A Igreja denuncia ameaças de morte a bispos e sacerdotes
Na terça-feira (22/05) os bispos declararam em um comunicado: “Como mediadores e testemunhas no diálogo nacional, somos chamados a propor e promover todos os meios possíveis para obter a democratização tando desejada no país e , como consequência, é nosso sagrado dever a veradeira palavra que nos faz livres”. Na nota – assinada pelo secretário geral, Juan Abelardo Mata Guevara, bispo de Estelí – denuncia-se “o descrédito e as ameaças de morte ao qual estão sueitos os bispos e sacerdotes”, emparticular D. Báez Ortega. Portanto fala-se de “ataques do governo organizados através de jornalistas e meios de comunicação” inclusive nos social network como Facebook e Twitter.
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