Mortalidade infantil não diminui em Gaza há dez anos, diz estudo ONU
Cidade do Vaticano
Um estudo da Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados Palestinos (Unrwa) mostra um nível de mortalidade infantil praticamente igual há dez anos, enquanto esta tem diminuído no mundo. “Os hospitais sem estruturas e medicamentos são a primeira causa desta situação”, adverte.
O “barômetro da saúde de um povo inteiro”. Assim é Gaza (território palestino confinante com Israel e Egito, ndr) segundo o diretor do Departamento de Saúde da agência da Onu de assistência às populações palestinas, Akihiro Seta. Um estudo recente evidenciou um dado preocupante: enquanto a mortalidade infantil diminui em muitas partes do mundo, em Gaza, há dez anos, não se verificou nenhuma diminuição.
Sinal alarmante
Trata-se de “uma tendência alarmante” não somente no que diz respeito à saúde dos recém-nascidos, mas também “de toda a população de refugiados palestinos”, observa Seta. Trata-se igualmente, ressalta ele, de um “sinal de advertência” sobre a “situação social e econômica em geral de Gaza”, agravada de modo dramático no arco de tempo examinado pelo estudo da referida agência da Onu.
Mortalidade infantil é de 23 entre cada 1000
Em particular, a atual taxa de mortalidade infantil entre os refugiados palestinos, de 22,7% entre cada 1000 crianças nascidas com vida, piorou em relação a 2006, quando a taxa era de 20,2% entre cada 1000 crianças nascidas vivas.
O diretor do Departamento de Saúde da Unrwa reconhece que Gaza “não foi capaz de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4”, que indica a redução em dois terços da mortalidade infantil abaixo dos cinco anos.
“Deveriam ser feitos esforços em busca de alcançar o novo objetivo para o desenvolvimento sustentável”, que é de uma mortalidade de recém-nascidos abaixo de 12% entre cada 1000 nascidos com vida em 2030, acrescenta Akihiro Seta.
Hospitais desprovidos de tudo
A situação da saúde em Gaza é a de um cenário em que os hospitais continuam desprovidos de infraestruturas adequadas, de medicamentos, de material de consumo e de prevenção às infecções.
“É admissível supor que a alimentação instável”, a “deterioração dos aparelhos hospitalares” e as “periódicas carências essenciais e de material médico” tenham tido “um impacto sobre a qualidade dos tratamentos médicos” e, por conseguinte, um “impacto na mortalidade infantil”, afirma a Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados Palestinos (Unrwa).
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