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O Knesset declara Israel “Estado-nação” do povo judeu"

Uma lei aprovada na noite de quarta-feira pelo parlamento israelense, após um acalorado debate de 8 horas, define Israel como Estado exclusivamente judaico. O idioma árabe de idioma nacional torna-se idioma "especial". Contrariedade por parte da oposição política.

Adriana Masotti, Silvonei José - Cidade do Vaticano


Os árabes israelenses representam 20% da população de Israel, um total de 9 milhões de pessoas, e são em sua maioria muçulmanos, mas também há entre eles drusos e cristãos. Uma lei recém aprovada pelo parlamento israelense agora define Israel como o "Estado exclusivamente judaico". 62 deputados votaram a favor do procedimento, 55 contra.

A lei legitima também as colônias

A lei declara Jerusalém como a capital de Israel e adota o calendário judaico como o oficial do Estado. Um ponto particularmente controverso é o que legitima as colônias estabelecendo que "o Estado vê o desenvolvimento dos assentamentos judaicos como um interesse nacional e agirá para encorajar e promover sua consolidação", permanecendo aberto também à imigração judaica. A terra de Israel é a pátria histórica do povo judeu, afirma-se na delcaração e, portanto, o povo judeu tem um direito especial à autodeterminação.

"Aqui estamos diante de algo extremamente contraditório – comenta ao Vatican News Antonio Ferrari, por muito tempo correspondente do jornal italiano “Corriere della Sera” no Oriente Médio e agora colunista do mesmo jornal - por um lado, pensamos em dois estados para dois povos, mas a separação, parece-me que o governo israelense não quer aceitá-la. Por outro lado, com esta lei se diz: "Este é o Estado somente dos judeus e, portanto, os árabes podem até mesmo ir embora". Garantir apenas o judaísmo do Estado de Israel é uma escolha, mas é uma escolha que deveria envolver, por outro lado, o reconhecimento dos direitos da outra parte, que quer sua terra e seu estado".

O voto contrário do Likud mais liberal

Naturalmente satisfeito com o resultado o primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu do Likud, enquanto forte oposição à lei foi expressa pela corrente mais liberal do mesmo partido, o chefe de Estado Reuven Rivlin, e o ex-ministro da Defesa Moshe Arens. Absteve-se de votar Benny Begin, o filho do ideólogo nacionalista e fundador do Likud, Menachem Begin que se disse decepcionado: "Não esperava tal comportamento", disse ele, alertando que um nacionalismo que não respeita os direitos humanos pode se degenerar em chauvinismo.

A minoria árabe em Israel

A minoria árabe que vive e trabalha em Israel sempre se sentiu discriminada e tratada como "cidadãos de classe B". O que vai acontecer agora? "Agora - diz Ferrari – vão se sentir como cidadãos nem mesmo de série C ou D ou S ou Z; não vão mais se sentir cidadãos. Portanto, o risco de tensões é um risco multiplicado. Que conhece a região sabe bem disso. Essa é uma situação explosiva, e decisões como essa só podem torná-la ainda mais explosiva”.

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19 julho 2018, 17:38