Rede Talitha Kum contra o tráfico de pessoas: precisamos sonhar um mundo mais justo
Cidade do Vaticano
Não nos deixemos levar “pela ilusão” de que não se possa “fazer nada”: “não é verdade”. Esta é a mensagem que irmã Gabriella, coordenadora da Rede Talitha Kum lança durante o encontro da terça-feira, 4 de dezembro em Roma, no qual a religiosa falou sobre o tema “Talitha Kum na África: as religiosas protagonistas contra a escravidão moderna”. O encontro foi realizado na sede da União Internacional das Superioras Gerais em Roma.
Construir um mundo justo e solidário
“O medo que nos é incutido dá uma força incrível às organizações criminosas” disse irmã Gabriella, mas “a força do bem vai contra a dinâmica do medo”. Por isso a religiosa convida todos a “não ter medo porque podemos verdadeiramente mudar e descobrir o valor das pessoas”, e que precisamos, “da convivência no respeito da humanidade”, devemos voltar “a sonhar um mundo mais justo”, “uma sociedade onde todas as pessoas possam ser reconhecidas na sua dignidade”.
O poder da misericórdia e da compaixão
Talitha Kum, é uma Rede Internacional da Vida Consagrada contra o tráfico de pessoas favorecendo a colaboração e intercâmbio de informações, mulheres e homens consagrados em 76 países. A Rede foi fundada em 2009 pelo desejo comum de coordenar e fortalecer as atividades contra o tráfico promovidas pela vida consagrada nos cinco continentes.
“Menina, eu te ordeno, levanta-te”
Talitha Kum é uma expressão que está no Evangelho de Marcos, capítulo 5, versículo 41. A palavra traduzida do aramaico significa “menina, eu te ordeno, levanta-te”. Estas palavras de Jesus são dirigidas à filha de Jairo, uma menina de doze anos que estava aparentemente sem vida. Jesus, tendo dito estas palavras, pegou a mão da menina e ela imediatamente levantou-se e começou a andar.
A rede mundial da vida consagrada comprometida contra o tráfico de pessoas escolheu esta palavra para definir sua própria identidade. A palavra “Talitha Kum-levanta-te” tem o poder e a força da compaixão e da misericórdia, despertando o desejo profundo de dignidade e de vida adormecido e ferido com as muitas formas de exploração.
O tráfico tira a dignidade e identidade do indivíduo
O encontro teve também a participação de Flaminia Vola, coordenadora regional da sessão Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral: “O tráfico de pessoas tira a dignidade e identidade do indivíduo, torna-os mercadoria para a vantagem de alguns – disse – se quisermos realmente eliminar o tráfico de pessoas, a própria sociedade deverá mudar – “Quem gera a necessidade de serviços ligados à exploração das vítimas do tráfico - falando também do “limite cada vez mais sutil” entre “o tráfico de migrantes e o tráfico de pessoas” – “é pessoalmente responsável pelo impacto destruidor do seu comportamento sobre outros seres humanos e pela consequente violação dos valores morais”.
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