Nicarágua: cardeal Brenes condena volências da manifestação
Cidade do Vaticano
Não passaram nem mesmo 24 horas do compromisso assumido pelo Presidente da Nicarágua Daniel Ortega, de restabelecer as liberdades democráticas para exprimir a própria opinião e manifestar pacificamente.
Sábado (30/03), no dia seguinte ao acordo de 18 pontos entre o Governo e a oposição da Aliança Cívica, foi reprimida com violência pelos homens do regime uma manifestação convocada pela Unidade Nacional Branca Azul (UNAB). Sete pessoas foram presas e os jornalistas que estavam seguindo o evento tiveram seus equipamentos apreendidos, foram insultados e em alguns casos espancados.
Violência, um passo atrás para as negociações
O arcebispo de Manágua, o cardeal Leopoldo José Brenes, que é presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, em uma breve nota comunicou no sábado à noite que, “condena as ações violentas cometidas na tarde de sábado, nas quais foram presos vários cidadãos. Pedimos aos nossos fiéis e às comunidades paroquiais que intensifiquem os momentos de oração pedindo a Deus a paz para a Nicarágua”.
Em uma entrevista publicada no Canal Católico do país, perguntaram ao cardeal se estes atos de violência que se apresentam nas manifestações, complicam os trabalhos das testemunhas para o diálogo, ou seja, do Núncio Apostólico e do delegado da OEA? O cardeal respondeu que toda a situação de violência pode ser um passo atrás para as negociações.
Dom Silvio Báez
Na sua homilia dominical o bispo auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, alertando que o país continua “dentro de uma escalada de violência”, convidou os nicaraguenses a “não reagirem à provocações e à tentação de fazer justiça com as próprias mãos”. Com relação ao diálogo em curso, o bispo disse: “Os acordos estão no papel e não saíram disso, devemos fazer com que sejam realmente aplicados todos os acordos do diálogo. E exprimiu a urgência de acordo “autêntico e honesto”.
Algumas horas antes o bispo auxiliar tinha tomado posição sobre os fatos de sábado com um tweet: “É vergonhoso que ainda hoje na Nicarágua, a polícia e os civis violentos, tenham espancado, ferido e encarcerado manifestantes pacíficos. Não foram os acordos assumidos a não serem respeitados, mas as pessoas humanas; não são as negociações que foram obstadas, mas o futuro do país”.
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