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Sudão: primeiro acordo entre militares e civis, confrontos em Cartum

O conselho militar e os representantes do protesto civil encontraram um acordo sobre a estrutura do governo de transição que guiará o Sudão até as próximas eleições, pensadas para daqui a dois ou quatro anos.

Elvira Ragosta - Cidade do Vaticano

Foram retomadas, nesta segunda-feira (13/05), após uma paralisação de 15 dias, as negociações entre as duas partes para delinear o futuro do Sudão, depois da destituição, em 11 de abril, do presidente Omar al Bashir.

O conselho militar e os representantes do protesto civil encontraram um acordo sobre a estrutura do governo de transição que guiará o Sudão até as próximas eleições, pensadas para daqui a dois ou quatro anos.

Pessoas mortas nas manifestações

Os confrontos desta segunda-feira, começaram à noite quando foi dada a notícia sobre o primeiro acordo alcançado entre os organizadores do protesto e os militares.

“Elementos não identificados, que queriam sabotar as negociações entre as duas partes, abriram fogo em frente à sede do Exército sudanês, matando um comandante da Polícia Militar e ferindo três soldados e vários civis”, afirmou o Conselho militar.

Segundo fontes médicas próximas ao movimento de protesto, seis  manifestantes morreram. De acordo com uma associação médica, citada pelo jornal francês ‘Le Figaro’, 90 pessoas foram mortas pela Polícia desde o início das manifestações em 19 de dezembro passado. As autoridades sudanesas falam ao invés de 65 mortos.

Ex-presidente al Bashir é indiciado

Ainda nesta segunda-feira, as autoridades judiciárias sudanesas indiciaram o ex-presidente Omar al Bashir, atualmente detido em Cartum, acusado de envolvimento e incitação no assassinato de manifestantes durante as desordens que levaram à sua expulsão no mês passado.

Novo órgão de transição composto apenas por civis

Em relação ao acordo alcançado, nesta segunda-feira, entre militares e civis, a jornalista italiana de Salerno Antonella Napoli, diretora de focusonafrica.info, afirma: “Enquanto isso, o obstáculo mais importante, o da soberania reivindicada pelos militares, foi superado. Este novo órgão de transição será totalmente composto por civis e terá total poder legislativo e os militares quase terão, de alguma forma, um papel simbólico, mas o verdadeiro poder legislativo estará nas mãos dos civis”.

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14 maio 2019, 19:59