Boko Haram: grupo provoca terror e mata milhares de civis há 10 anos, na Nigéria
Elvira Ragosta, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Os combatentes do Boko Haram têm intensificado os ataques contra civis e o exército nos últimos meses na Nigéria, saqueando comida e queimando casas.
Na quinta-feira passada (25), eles atacaram um campo de deslocados na periferia da capital regional de Maiduguri, matando duas pessoas e saqueando alimentos. No último sábado (27), porém, foi registrado o atentado mais grave atribuído ao grupo fundamentalista desde o início do ano: 65 pessoas foram mortas por homens fortemente armados, depois de uma cerimônia fúnebre em uma vila no nordeste do país, a 90 Km de Maiduguri.
O presidente do governo local, Muhammed Bulama, disse que o ataque de sábado foi uma represália à morte de 11 combatentes do grupo e à apreensão de 10 fuzis automáticos por moradores há duas semanas.
Dez anos de ataques
O grupo Boko Haram, que significa “a educação ocidental é pecado”, há 10 anos espalha morte e terror no nordeste da Nigéria. Nos últimos anos, os ataques foram registrados inclusive em países de fronteira, como na República do Chade e Camarões. Um rastro de terror que já provocou, segundo dados das Nações Unidas, a morte de cerca de 27 mil pessoas e obrigou 2,8 milhões de civis a abandonar as casas.
Um movimento sempre mais violento
Em entrevista ao Vatican News, Enrico Casal, da revista África dos Padres Brancos, afirmou que o Boko Haram tem ficado mais violento a cada ano:
“O grupo sofreu algumas divisões e tensões internas. Inicialmente, o seu objetivo eram grandes operações. Depois, diante das reações da polícia e das forças armadas, se concentrou nas operações sempre mais simples e direcionadas.”
Ao se referir à capacidade de reação das autoridades, sobretudo nas pequenas vilas, Enrico Casal acrescentou:
“Boko Haram tem uma modesta força militar e, por isso, a Nigéria e também os países de fronteira têm reagido para conter esse movimento islâmico fundamentalista. Muitas vilas têm começado a se organizar para evitar incursões e chantagens. Tendo dito isso, o Boko Haram ainda é muito forte, apesar de a Nigéria realmente empenhar muitos homens na luta contra esse movimento.”
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