Em Jerusalém, curso de verão promovido por instituto judeu. Amizade através da fé
Silvonei José - Cidade do Vaticano
Sensibilizar para o valor da amizade entre as diferentes realidades de fé: este é o objetivo do Instituto Inter-Religioso Elias, instituição judaica fundada e dirigida pelo rabino Alon Goshen-Gottstein, que há mais de vinte anos organiza eventos em Jerusalém dedicados ao diálogo inter-religioso. Também este ano realizou-se o curso de duas semanas em agosto, envolvendo professores e especialistas em uma experiência educativa e "ecumênica".
No convento do santuário "Ecce Homo" também o Vigário Patriarcal de Jerusalém dos Latinos, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, participou há poucos dias de um encontro dedicado à amizade entre líderes religiosos em Israel, testemunhando a experiência espiritual dos católicos. Com ele estava o próprio Goshen-Gottstein, o bispo emérito da Igreja Evangélica Luterana Munib Younan e o padre Samuel Aghoyan, responsável armênio da Basílica do Santo Sepulcro. O trabalho explorou os temas do programa Amizade entre religiões. Os participantes da Escola de Verão, cerca de quinze no total, vieram de Israel e do exterior, especialmente dos Estados Unidos e da Alemanha, e eram quase todos cristãos e judeus.
A principal força da iniciativa do Instituto Inter-Religioso Elias é o estudo acadêmico dentro de uma comunidade inter-religiosa composta por professores e estudantes; um espaço no qual o estudo das tradições religiosas é integrado com o testemunho compartilhado pela espiritualidade vivida por cada realidade individualmente. É um programa de duas semanas (este ano de 4 a 9 de agosto e de 11 a 15 de agosto) que visa envolver professores e especialistas em diálogo inter-religioso, aprofundando o valor da amizade. E foi isso o que se discutiu no evento do "Ecce Homo", sobre as relações entre cristãos, judeus e muçulmanos. Isto a partir de casos concretos, analisando questões e episódios de solidariedade e amizade que se desenvolveram ao longo dos anos entre as diversas religiões.
A partir do concreto, passou-se ao abstrato, através da reflexão sobre o significado da amizade, sobre o valor compartilhado deste conceito, que – lê-se no site do patriarcado -, "pode prestar-se a diversas nuances segundo diferentes sensibilidades e culturas, numa investigação conceitual e semântica indispensável para evitar mal-entendidos e para identificar as bases sobre as quais construir uma sólida e virtuosa tradição de relações de amizade". (OR)
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