Busca

Capela improvisada para a Missa em Beira, Moçambique Capela improvisada para a Missa em Beira, Moçambique 

Moçambique espera o Papa: terra que se abre à reconciliação

Será a primeira etapa da viagem do Papa Francisco à África de 4 a 10 de setembro de 2019. Depois irá a Madagascar e Maurício. O país luta para recomeçar depois dos prejuízos causados pelos recentes ciclones e no plano político, reinicia uma nova fase histórica depois de décadas de guerra civil

Cidade do Vaticano

"Espero que este acordo de paz que foi assinado chegue realmente onde estão os conflitos. Na província de Capo Delgado ocorreram violações muito sérias, pessoas que perderam a vida… Por outro lado, Moçambique é um país muito rico em recursos, também por este motivo resta sempre um conflito de base”. Este é o comentário da Irmã Rita Zaninelli, que vive há dez anos no país, e depois de ter morado no norte, na província de Nampula, transferiu-se há alguns meses a Beira, por causa da emergência dos furacões.

Ouça e compartilhe!

Um país com sede de paz e justiça

Irmã Rita dedicou-se por muito tempo no âmbito da Comissão Justiça e Paz da diocese de Nampula: “Estávamos muito envolvidos no contraste à apropriação de terras, tráfico de pessoas e violência familiar” conta a Irmã. “Semeou-se, procurando fazer principalmente um trabalho de base nas comunidades, estando próximos às pessoas na partilha dos valores da paz  da justiça. Acredito que outros poderão recolher os frutos”.

A preparação para a chegada do Papa

“Os representantes eclesiais estão todos mobilizados – explica Irmã Rita – e percebe-se nas comunidades uma importante tomada de consciência desta visita”. A religiosa não esconde uma certa amargura por não poder vê-lo em Beira: “Eu esperava que viesse para cá, sonhamos um pouco que viria visitar este povo tão sofrido… Porém, espero que deixe uma mensagem de esperança, de paz e reconciliação para os que realmente precisam”.

A tenacidade das mulheres contra a pobreza

Irmã Rita impressiona-se pela força das mulheres moçambicanas: “Muitas delas não têm mais marido, o companheiro com o qual tiveram seus filhos. Diante da devastação procuraram e procuram todos os meios para conseguir o pão de cada dia e uma vida mais digna para seus filhos”. De modo geral a cidade está dando provas de uma grande resiliência: “Quando chove e entra-se nos bairros mais pobres, a situação é mais triste, dramática, mas o caráter dos moçambicanos exprime-se em toda a sua peculiaridade. Resiste-se, procura-se reconstruir, recomeçar”.

 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

09 agosto 2019, 10:48