O compromisso dos bispos da Tanzânia pela proteção das crianças
Cidade do Vaticano
Intensificar os esforços para proteger as crianças, mobilizando a sociedade contra toda forma de violência. Este foi o apelo lançado, alguns dias atrás, pelo secretário-geral da Conferência Episcopal da Tanzânia (TEC), padre Charles Kitima, durante um Seminário da União dos Sacerdotes Católicos do país.
Proteger as crianças de todos os males
O evento foi realizado em Dar es Salaam de 12 a 16 de agosto e foi organizado pela Igreja local, em colaboração com a Associação dos Bispos da África Oriental (AMECEA). Padre Charles afirma que é dever dos sacerdotes proteger as crianças, tanto espiritual quanto fisicamente, e evitar qualquer envolvimento em práticas imorais e disse: “É nossa responsabilidade proteger as crianças de todos os males”.
Não ao silêncio
“Em particular – acrescentou – não devemos permitir que as crianças sejam maltratadas de nenhum modo. A questão da tutela das crianças é universal” e os crimes cometidos por alguns membros do clero “deixaram cicatrizes para sempre”. Padre Kitima também exortou os sacerdotes a “não acobertarem de modo algum este problema e a não ficarem em silêncio, porque este comportamento poderia piorar ulteriormente a situação”.
Um “guichê” para as denúncias em cada diocese
O secretário-geral dos bispos da Tanzânia recomendou aos sacerdotes presentes no seminário a “serem a voz das crianças”. Ao mesmo tempo, recordou várias medidas existentes na Igreja para tutelar os menores dos abusos, entre as quais o desenvolvimento, em cada diocese do país, de um programa de defesa específica da infância. Porém, agora falta a aplicação sistemática de tais estratégias e foi neste ponto que padre Charles insistiu.
O Motu Proprio do Papa
“Os bispos – disse – já publicaram as Diretrizes para a Proteção das crianças. Agora, solicita-se às dioceses para aplicá-las, contextualizando-as em seus próprios territórios”. Estas Diretrizes respondem às indicações presentes no Motu Proprio “Vos estis lux mundi” do Papa Francisco. De fato, esta normativa estabelece novos procedimentos para denunciar moléstias e violências, e garantir que bispos e superiores religiosos prestem conta de seu trabalho; introduz a obrigatoriedade a clérigos e religiosos de denunciar os abusos e indica que cada diocese deverá dotar-se de um sistema facilmente acessível ao público para receber assinalações.
Alguns dados
Enfim alguns dados: segundo o Centre for Law and Human Rights (LHRC), de janeiro a junho de 2018, cerca de 394 crianças da Tanzânia continental foram vítimas de abusos sexuais.
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