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Timor Leste. Vinte anos de independência

Era dia 30 de agosto de 1999, com um referendo, Timor Leste decretava a independência da Indonésia que há mais de vinte anos ocupava militarmente a ex-colônia portuguesa. Entrevista com o diplomata Marcelo de Oliveira Ramalho, Ministro Conselheiro da Embaixada brasileira junto à Santa Sé que fala sobre a contribuição brasileira à independência

Silvonei José, Jane Nogara - Cidade do Vaticano

Timor Leste depois de mais de duas décadas de ocupação militar na qual, segundo a Comissão de Reconciliação Nacional, foram mortos mais de 18 mil timorenses por parte do exército de Jacarta, aos quais, acrescenta-se mais de 80 mil vítimas de torturas e doenças finalmente o referendo da independência. Era o dia 30 de agosto de 1999, quando Timor Leste decretava a independência da Indonésia que ocupava militarmente a ex-colônia portuguesa. 

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Em 18 de setembro de 1999 partiu um contingente de "capacetes azuis" das Nações Unidas, uma força militar internacional para se estabelecer no país e assumir a administração provisória de Timor Leste. A missão da força de paz, chefiada pelo brasileiro Sérgio Vieira de Mello, era a de desarmar os milicianos e auxiliar no processo de transição e na reconstrução do país.

Aos poucos a situação foi sendo controlada, com o progressivo desarmamento das milícias e o início da reconstrução de moradias, escolas e do resto da infra-estrutura. Foram realizadas eleições para a Assembleia Constituinte que elaborou a atual Constituição de Timor-Leste, que passou a vigorar no dia 20 de maio de 2002, quando foi devolvida a soberania ao país passando este dia a ser assinalado como Dia da Restauração da Independência.

Infelizmente, nos anos seguintes as violências continuaram, como em 2008, com o atentado contra a cúpula de políticos da época, o presidente José Ramos Horta – que recebeu o prêmio Nobel em 1996 junto com o administrador apostólico de Dili, Dom Carlos Filipe Ximenes Belo – e o premiê Xanana Gusmão, líder do movimento independentista. Estes ataques acabaram provocando a saída do Bispo D. Ximenes Belo para a Austrália, e o asilo de Kay Rala Xanana Gusmão na embaixada inglesa em Jacarta. Os assassinatos, eram promovidos por milícias anti-independência, armadas por membros do exército indonésio descontentes com o resultado do referendo.

 

Ouça a entrevista com o Ministro Conselheiro Marcelo de Oliveira Ramalho

 

 

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30 agosto 2019, 11:14