Equador: acordo entre governo e líderes indígenas. A oração do Papa
Cidade do Vaticano
O Papa dirigiu na manhã da segunda-feira (14) uma oração pelas comunidades indígenas do Equador durante a abertura dos trabalhos da Congregação Geral no Sínodo para a Região Pan-amazônica. Recordando a importância de cooperar juntos confiou à Maria as pessoas que perderam a vida nestes últimos dias por uma série de violências, mas também os feridos, os perseguidos, os presos. “Que o senhor traga a paz – disse Francisco – e os acompanhe neste momento de tanto sofrimento, especialmente entre os indígenas do Equador”.
Fim dos protestos
No entanto, nas últimas horas o cenário do Equador mudou completamente. O governo e os líderes indígenas decretaram o fim dos protestos, que causou a morte nos últimos dias de 7 pessoas, depois de conseguirem chegar a um acordo sobre as medidas de austeridade colocadas em ato pelo governo de Quito para obter um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI). O presidente Lenin Moreno decidiu colaborar com os líderes indígenas, guiados por Jaime Vargas, para elaborar um novo pacote de medidas com o objetivo de cortar as despesas públicas, aumentar as entradas e reduzir o déficit de balanço e a dívida pública.
Sim aos subsídios para combustíveis
Um importante passo foi a revogação da medida que cancelava os subsídios para os combustíveis. Os subsídios governamentais ao preço dos combustíveis existia há 40 anos. Sobre este ponto, a Confederação das nacionalidades indígenas do Equador (CONAIE) tinha lutado muito, obtendo enfim o desejado resultado.
Palavras do Presidente da Conferência Episcopal do Equador
Dom Eugenio Arellano Fernandez, presidente da Conferência Episcopal do Equador, afirma que o apelo do Papa na abertura dos trabalhos do Sínodo foi muito importante. Dom Eugenio participa do Sínodo para a Amazônia e em uma entrevista ao Vatican News manifesta suas dúvidas sobre a situação econômica do país.
Dom Eugenio: É uma satisfação muito grande, porque sabemos que anularam todas as medidas tomadas. A paz social, a paz pública, voltaram ao Equador. O governo se compromete em encontrar uma solução e buscar fundos de outra maneira. Mas não temos dinheiro; o governo precedente roubou muito. E este governo não tem fundos e os deve encontrar para ir adiante no seu trabalho diário. Tinham decidido por esta medida que consistia em retirar subsídios dos combustíveis, e isso deu origem a uma grande revolta social. Agora terão que encontrar um novo modo de obter esse dinheiro.
Qual é a proposta da Igreja para encontrar novos fundos?
Dom Eugenio: Qualquer proposta que seja feita será sempre um sacrifício para todos. Ninguém paga de boa vontade o aumento de impostos.
Mas um sacrifício para todos, não apenas para os indígenas…
Dom Eugenio: Talvez aumente um pouco os impostos sobre os produtos, não sei. Talvez o Fundo Monetário Internacional decida ceder considerando as nossas exigências.
Todavia o apoio do Papa foi importante. O seu apelo foi útil?
Dom Eugenio: Foi muito importante.
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