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A manifestação nas ruas, desta vez, foi em comemoração à renúncia do primeiro-ministro A manifestação nas ruas, desta vez, foi em comemoração à renúncia do primeiro-ministro 

Primeiro-ministro do Líbano renuncia, depois de 2 semanas de protestos

Na tarde desta terça-feira (29), ao completar 13 dias de mobilização no país, Saad Hariri renunciou ao cargo de primeiro-ministro. O Líbano sofre grande crise econômica que levou milhares às ruas em protesto contra o governo. O Papa Francisco havia feito apelo por diálogo.

Elvira Ragosta, Andressa Collet - Cidade do Vaticano

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O Líbano se direciona a uma nova fase política, após o primeiro-ministro do país, Saad Hariri, anunciar a renúncia ao cargo durante um discurso transmitido pela TV nesta terça-feira (29). As manifestações nas ruas, desta vez, foram para comemorar a decisão do governo. Hariri disse que tentou buscar uma solução à crise e, citando o seu pai, Rafiq, primeiro-ministro assassinado em atentado em 2005 em Beirute, afirmou: “ninguém é maior do próprio país”.

O secretário-geral da Onu, António Guterres, pede agora a “todos os atores” da crise no Líbano de “evitar a violência e respeitar os direitos às manifestações pacíficas e de expressão”, na busca por uma solução política que preserve a estabilidade do país e responda às aspirações do povo. No domingo (27), além do apelo do Papa Francisco na busca por melhores soluções para o país continuar um espaço de convivência pacífica, 100 mil cidadãos formaram uma corrente humana de 170 Km pedindo a renúncia do governo.

A eficácia dos protestos pacíficos e apartidários

Para o diretor do Observatório geopolítico do Oriente Médio, Roger Bouchahine, a renúncia de Hariri demonstra a eficácia das manifestações que foram pacíficas e apartidárias. “Homens e mulheres saíram às ruas sem nenhum partido político por trás, sem nenhum poder forte por trás”, disse ele, que indicou duas possibilidades do que pode acontecer agora:

“Ou o país vai cair num caos total ou um grande desacordo de responsabilidade porque, com essa renúncia, obviamente, o governo não vai voltar como antes. Dá-se uma abertura para vários personagens da sociedade libanesa, que podem ser profissionais ou outra coisa, com currículo que possam demonstrar a sua honestidade, é necessário reconstituir o país fazendo uma espécie de nova constituição, um novo acordo que possa recolocar as partes juntas para sair desse impasse.”

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30 outubro 2019, 13:13