Ventos de paz na Ucrânia: 200 prisioneiros libertados
Giancarlo La Vella - Cidade do Vaticano
Entre a Ucrânia e os separatistas pró-russos do leste do país, finalmente um caminho fecundo para a paz poderia ter sido iniciado. Nesta segunda-feira (30/12) foram trocados cerca de 200 prisioneiros entre Kiev e as autoproclamadas repúblicas pró-russas de Donetsk e Lugansk. Entretanto, o conflito na região leste do país, que começou em abril de 2014 e até agora causou 13.000 mortes, continua com baixa intensidade. Este evento realiza-se segundo os acordos alcançados em 9 de dezembro em Paris pelo chamado grupo Normandia, formado por representantes da França, Alemanha, Ucrânia e Rússia. Segundo Giuseppe D'Amato, especialista em Europa Oriental e na antiga área soviética, este é um sinal positivo, mesmo que ainda haja vários pontos controversos a serem resolvidos. Na questão, de fato, além dos aspectos mais estritamente territoriais, se desencadeia o problema das relações energéticas entre a Rússia e a Europa, após o Memorando de Entendimento sobre a “Fluxo Sul”, o novo gasoduto direto, que elimina qualquer outro país do trânsito.
A esperança do Papa para a paz chegou à Ucrânia
A troca de prisioneiros que teve lugar nesta segunda-feira responde, em parte, às exigências de paz várias vezes expressas pelo Papa Francisco. Também na mensagem Urbi et Orbi de Natal o Papa incluiu a Ucrânia na lista de crises mundiais a serem resolvidas com urgência. As palavras do Santo Padre - afirma Giuseppe D'Amato -, foram um alívio para as pessoas atingidas por mais de cinco anos de guerra, a consciência de que não estão sozinhas diante da tragédia de um conflito até agora sem solução.
Próximo objetivo: resolver todos os motivos de fricção
A verdadeira paz exigirá que cada lado renuncie a algo para chegar a uma posição partilhada. Uma coisa é certa: talvez a Ucrânia não será mais a Ucrânia de hoje e as repúblicas separatistas não farão parte da Rússia. Mas o desafio para a comunidade internacional hoje é precisamente este: levar a crise definitiva e eficazmente à mesa das negociações e tornar-se um mediador concreto para que se possa chegar a uma solução comum, que ponha fim ao sofrimento das populações civis de ambos os lados.
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