Famintos na Zâmbia chegam a 2,3 milhões, alerta bispo
Cidade do Vaticano
A Zâmbia está em plena “emergência fome” e o pior período será nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro até a próxima colheita. O alarme foi lançado pelo presidente da Conferência Episcopal da Zâmbia (ZCCB), Dom George Cosmas Lungu, bispo de Chipata.
As áreas mais atingidas - explica a Amecea News, a agência de informações on-line da Associação de Conferências Episcopais da África Oriental - são as áreas do sul que incluem as Dioceses de Livingstone, Monze e Mongu.
Já no último verão, a Igreja na Zâmbia havia alertado para o grave risco de fome devido à seca e às inundações que atingiram diferentes partes do país entre 2018 e 2019. Um risco que as autoridades de Lusaka parecem, no entanto, ter subestimado.
"Juntamente com alguns embaixadores, ONGs e sociedade civil, tentamos convencer o governo a declarar estado de emergência, para o mundo saber que precisamos de ajuda, mas infelizmente isso não aconteceu", explica Dom Lungu.
"Os fatos são fatos: as pessoas procuram frutas na savana porque não têm comida e, quando brigam para pegar os sacos de farinha de milho distribuídos pelo governo, fica difícil de esconder a situação. Teria sido mais prudente dizer abertamente que a situação é muito mais grave do que pensávamos", acrescenta o prelado, expressando a esperança de que essa ajuda venha em breve.
Quem confirma a gravidade da situação é a irmã Rosaria Zakayombo, da Congregação das Irmãs do Espírito Santo. "Nossa diocese de Monze - explica ela à agência Amecea - foi seriamente afetada pela seca, então atualmente há muita fome. As pessoas vêm até nós em busca desesperada de comida, mas também não temos nada para compartilhar".
Segundo informações da Conferência Episcopal, o número de famílias famintas na Zâmbia aumentou de 1,9 milhão registrado em março passado para 2,3 milhões. A Igreja, por meio da Caritas local e em colaboração com os Serviços de Socorro Católicos da Conferência Episcopal dos EUA, a CAFOD dos bispos da Inglaterra e do País de Gales e a Norwegian Church Aid, imediatamente se mobilizaram para ajudar essas pessoas.
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