A pandemia não detém os valores de solidariedade no esporte
Roberta Gisotti/Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano
“Relançar o esporte pela paz e o desenvolvimento”. Neste 6 de abril, que recorda a inauguração, em 1896, dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, ressoam as palavras de incentivo proferidas pelo Papa Francisco, no Angelus do último domingo (05/04), a não transcurar um aniversário que assume um significado particular, na atual condição de suspensão forçada da atividade física imposta à maior parte da humanidade pela pandemia em curso. “Nesse período”, enfatizou Francisco, “onde muitos eventos estão suspensos, surgem os melhores frutos do esporte: resistência, espírito de equipe, fraternidade e dar o melhor de si”.
Para vencer com saúde a pandemia #BeActive
No Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, a ONU pede que “todos sejam ativos, permaneçam saudáveis e demonstrem solidariedade”, num momento em que “a pandemia de Covid-19 está se difundindo para mais países, territórios e regiões do mundo num ritmo alarmante e as práticas de distanciamento físico e social estão se tornando comuns para impedir a propagação da doença”.
“O fechamento de academias, centros esportivos, estádios, piscinas públicas, campos de jogos”, lê-se numa nota divulgada para a data deste ano, “significa que não podemos participar ativamente de atividades esportivas ou físicas individuais ou em grupo nem assistir a eventos esportivos ao vivo. Consequentemente, a comunidade esportiva global está enfrentando sérios desafios devido às medidas impostas em vários países do mundo. Mas isso não significa que devemos deixar de ser fisicamente ativos, nem devemos nos desconectar de treinadores, colegas de equipe, instrutores, torcedores e fãs, que não apenas nos ajudam a manter a forma física, mas também socialmente ativos”. Eis a campanha lançada nas redes sociais #BeActive.
OMS: conselhos esportivos para formar equipe de casa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha “150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa, por semana, ou uma combinação das duas”. A OMS dá algumas sugestões sobre como alcançar esse objetivo sem instrumentos e com espaço limitado: “Existem vários instrumentos na internet, gratuitos e acessíveis, para incentivar pessoas de todas as idades e habilidades, a permanecerem ativas, ficando em casa”. “Através de nossas habilidades individuais únicas e do poder coletivo”, prossegue a nota da ONU, “podemos nos unir e partilhar maneiras criativas para melhorar a nossa saúde e o nosso bem-estar através do esporte e da atividade física, mesmo dos confins de nossas casas”. “Este espírito de equipe nos ajudará a superar juntos os desafios atuais.”
COI: a atividade física repele o estresse e pensamentos ruins
É por isso que o movimento olímpico se une ao esforço global de “ser ativo e manter-se saudável no momento em que o mundo está enfrentando uma crise de saúde sem precedentes e quando as populações são solicitadas a ficarem em casa para conter a difusão do Covid19”.
“O esporte e a atividade física”, recorda o Comitê Olímpico Internacional (COI), “são essenciais para manter-se em forma e em boa saúde, sobretudo neste momento de incerteza e distanciamento social. A atividade física melhora a saúde mental, ajuda a superar os pensamentos negativos, reduz o estresse e a depressão e fortalece o sistema imunológico”. O COI destaca “a unidade e a solidariedade da comunidade esportiva com o resto do mundo”. Por isso, os atletas olímpicos do mundo partilharam ideias criativas e sugestões, nas redes sociais do COI, sobre como manter a forma e a saúde. “Todos são incentivados a seguir seu exemplo, mantendo-se ativos e publicando seu treinamento doméstico em suas redes sociais, usando as hashtags #BeActive, #StayStrong, #StayHealthy e #StayActive.
Francisco: o esporte melhora as pessoas
“Nunca devemos nos esquecer”, exorta a ONU, “de que o esporte tem o poder de mudar o mundo. É um direito fundamental, um instrumento poderoso para reforçar os laços sociais e promover o desenvolvimento sustentável, a paz, a solidariedade e o respeito”, contribuindo também para reforçar o papel dos jovens e das mulheres. Como podemos esperar que o esporte seja um instrumento para resolver muitos e esses problemas? Esta é a pergunta feita pelo Papa, ao receber os membros do Centro Esportivo Italiano, no Vaticano, em 11 de maio do ano passado. “Podemos responder”, observou Francisco, “que o esporte pode fazer isso, pois melhora as pessoas”.
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