Crianças: é imperativo o respeito ao direito internacional
Marina Tomarro – Vatican News
Hoje no mundo, 250 milhões de crianças vivem em países e áreas afetadas por conflitos, e muitas vezes elas se tornam as primeiras vítimas indefesas dessas situações de risco. São forçadas a sofrer o máximo das consequências violentas de uma guerra que elas não compreendem. Na verdade, as crianças são o alvo das milícias, que as recrutam para se tornarem crianças-soldados, impedindo para sempre do seu direito à infância. Forçadas a lutar, sofrem violência sexual, são sequestradas, perdem a vida em ataques contra "alvos sensíveis", como escolas e hospitais. Para proteger esses menores em alto risco, foi instituído o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressões. A ONU luta pela proteção dos direitos das crianças, e desde 14 de agosto de 1982, criou este dia especial. O objetivo da recorrência é conscientizar e considerar a dor que aflige as crianças em todo o mundo vítimas de abuso físico, mental e emocional.
Constante violência contra menores
Muitos melhoramentos, mas a infância no mundo ainda sofre. O porta-voz do Save the Children, Filippo Ungaro, destaca que o balanço sobre as condições da infância no mundo é muito desigual.
Filippo Ungaro: Se fizéssemos um balanço da situação, seria um balanço desigual. Por um lado vemos que nas últimas décadas, houve melhorias importantes em certos aspectos das condições de vida das crianças, por exemplo, a redução pela metade da mortalidade infantil, por outro lado, vemos situações onde essas melhorias não existem ou pioraram ainda mais. Falo das crianças que vivem em países em guerra, ou países pobres. Nestes casos testemunhamos as piores violações dos direitos da criança. Crianças que são usadas como soldados, que correm o risco de morrer ou serem feridas, crianças que não podem mais ir à escola porque sua escola está destruída ou suspensa. As crianças que vivem em situações de guerra sofrem as maiores violações de seus direitos.
Apesar de tantas intervenções, não se consegue conter a violência contra as crianças. O que mais poderia ser feito?
Filippo Ungaro: Acredito que só existe uma grande solução, e que é a vontade política. Há leis, há uma lei internacional que é muito clara e que prevê a proteção da população civil e, em particular, dos mais vulneráveis, como mulheres e crianças. É imperativo o respeito ao direito internacional. É preciso respeitar os cessar-fogo quando eles existem, é preciso garantir o acesso humanitário para ajudar todas as pessoas, é preciso garantir a continuidade dos direitos das crianças, da sua infância e dos adolescentes, mesmo em situações de conflito. É claro que a melhor resposta para estas crianças seria a paz.
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