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Família de Oto Luiz Pinheiro Família de Oto Luiz Pinheiro  

A família e a nova realidade em tempo de pandemia

Em tempo de pandemia e isolamento social o convívio familiar ficou mais intenso. Os desafios são muitos e a oração é o caminho encontrado para momentos que surge os medos e as incertezas diante do momento. Nas casas famílias falam de medo, mas destacam a harmonia no convívio e partilhando momentos de refeição, lazer e de oração juntos.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

A pandemia do coronavírus trouxe mudanças em todos os seguimentos da sociedade. As famílias intensificaram o tempo de convivência no lar e surgem as dificuldades no relacionamento entre pais e filhos. O maior tempo de convivência ao mesmo tempo pode ser positivo, mas requer desafios a serem superados. Ao passo que o aumento no convívio familiar tem aspectos positivos a violência domestica e em especial contra a mulher é uma ameaça. Como evitar tais problemas neste tempo de isolamento familiar?

Juliano Azevedo, 17 anos está vivendo o isolamento dividindo o tempo ente as aulas e ajudando a mãe nas atividades da casa. Na casa convive com  uma irmã de 22 anos e os pais. Para Juliano é importante respeitar o isolamento social para preservar a sua saúde e dos familiares.

“Muitos jovens estão saindo e desrespeitando o isolamento social. O que não é meu caso, pois estou em área de riscos e familiares também. Meu dia a dia esta sendo totalmente o contrario como imaginei que seria neste ano. Estou estudando através de plataforma EAD. Apesar de estudar e realizar as atividades em casa, eu preferia 100 vezes mais ir a escola e ter aula presencial. Por incrível que pareça está sendo cansativo”, conta Juliano.

Juliano Azevedo, 17 anos ajuda a mãe nas tarefas domésticas e estuda pela internet.
Juliano Azevedo, 17 anos ajuda a mãe nas tarefas domésticas e estuda pela internet.

Em casa a relação com a família tem sido momentos muito positivos para o jovem. Na volta do trabalham jantam juntos e partilham um pouco do dia. Mesmo com a situação de estresse da irmã e do pai que saem para trabalhar o convívio é tranquilo, sem problemas e de violência familiar. E aproveitam para aprofundar o dialogo fraterno da família. E aconselha aos jovens a ficarem em casa evitando que o vírus continue circulando.

“Que fiquem em casa, sem dúvidas. Pois infelizmente a doença está aí e não somos imunes. Infelizmente estamos vivendo essa terrível pandemia, não sabemos quando vai acabar. O medo é um sentimento que sempre esta presente.  Medo de precisar sair e se contaminar, medo de perder mais familiares, e assim vai. Estamos saindo para o necessário, meus pais saem para trabalhar, é necessidade.  Estou me sentindo bem. Triste, pois já perdi uma tia minha para essa doença e medo de perder mais alguém”, conclui Juliano.

A pandemia mudou a rotina das famílias em isolamento. Trabalho, estudo, a vida cotidiana passam por adaptações diante da necessidade de preservar a vida. Ficar em casa e sair somente para atividades profissionais exigências do tempo de ameaças da contaminação pela Covid-19. E um ambiente marcado pela dor e pela morte preocupa religiosos. Em municípios com alto índice de pessoas infectadas são mantidas apenas atividades necessárias e o apelo a população para ficar em casa.

Exemplo de solidariedade

Mateus Bartole Rodrigues, 12 anos, convivendo com os pais Otacílio Barreto Rodrigues Júnior e Márcia Silveira Rodrigues resolveu ir ao encontro do amigo Breno para partilhar momentos, as brincadeiras, lanche e refeições. Exemplo de solidariedade. Para os meninos brincar de videogame é o que mais gostam e junto com a mãe Fabíola cuidando dos irmãos menores e tudo é uma festa.

Matheus tem passado fins de semana na casa do amigo Brenno Curty Mérida 11 anos e ajuda a cuidar dos irmãos Isaac de 2 anos e Arthur de 11 meses e tudo é alegria. Jogam juntos, lancham e se distraem com os pequenos.

Matheus, 12 anos vai para a casa do amigo Brenno, 11 anos nos fins de semana para ajudar a cuidar dos irmãos pequenos e brincar.
Matheus, 12 anos vai para a casa do amigo Brenno, 11 anos nos fins de semana para ajudar a cuidar dos irmãos pequenos e brincar.

“Fico muito feliz por meu filho ter um amigo que vem fazer companhia a ele e partilharem brincadeiras. Brenno fica muito sozinho, me ajuda na casa, mas precisa se divertir já que não esta participando das missas e estudando em casa.  Ajuda a cuidar dos irmãos”, revela Fabíola.

A avó de Matheus, Dalva Filgueiras fala com orgulho do neto e da atitude de ajudar o amigo que neste tempo de isolamento não tem com quem se divertir e fala da alegria do neto abrir mão de estar com os pais nos fins de semana.  Exemplo para os adultos que não tem essas atitudes de cuidado.

“Como ele está comportado e junto com amiguinho dele, Breno tem uma união tão bonita, vai para a casa do Breno e fica com os dois irmãozinhos eu acho muito bonita a atitude dele. Eles brincam, jogam bola e fico admirada com esse cuidado com amigo neste tempo de Pandemia”, disse Dalva.

Unidos pela fé.  a família reunida com os filhos

Na família de Oto Luiz Pinheiro e Joana Aparecida Furlan Pinheiro tudo é alegria. Reunir os filhos Matheus Furlan Pinheiro e Mariana Furlan Pinheiro é um momento muito importante e partilhando os momentos de oração. Comemorando momentos familiares que já não acontecia por muito tempo. E para Joana tudo é sustentado na oração que reforça a igreja doméstica.

“Quando ouvimos falar pela primeira vez em pandemia, não tínhamos a real noção de como seria. Nunca imaginamos que teríamos que nos isolar sem poder dar um aperto de mão, um abraço. Eu estava em casa com meu marido e minha filha. Ela estudando em Itaperuna e passando o dia todo lá. Só retornava à noite. Meu filho, que já morava fora de casa para estudar desde os 14 anos, estava muito longe, em Goiás, fazendo um estágio exigido pela Universidade para concluir o seu curso”, destaca Joana.

Oto relata que a saudade era muita e ficar junto com filhos em casa era um sonho que parecia distante! Só não queria e imaginava que seria por uma situação tão difícil. A oração sempre fez parte da família. Ir à igreja, participar de todos os momentos e cerimônias sempre foi onde marido e a esposa encontrava a paz e refúgio nas horas de angústias.

“Nossos filhos cresceram vendo a nossa vivência, a nossa dedicação para com a igreja e as coisas de Deus. Isolados, mas unidos em nossa Igreja doméstica, passamos a vivenciar momentos muito especiais e que antes não tínhamos condições devido aos inúmeros afazeres de cada um. Acreditamos muito no poder da oração, pois somos testemunhas de que em muitos momentos de aflição em nossas vidas, os milagres aconteceram. Milagres que transformaram situações de dificuldades, em grandes alegrias. Somente a fé que vivenciamos todos os dias, faz-nos sentir isso. Sou muito feliz, pois consigo enxergar essa capacidade nos olhos dos meus filhos e principalmente a importância de entregar as dificuldades a Deus e através da oração confiar que tudo pode mudar.  Acreditamos que pode nos faltar tudo, mas que não pode nos faltar a coragem e a fé”, conta Oto.

 

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27 agosto 2020, 09:44