Papua Nova Guiné. Crise na saúde ameaça futuro das populações mais pobres
Vatican News
Oceania. A crise no setor da saúde em Papua Nova Guiné nos últimos meses está se agravando ulteriormente. Enfermeiros e médicos dos Serviços de saúde e das unidades sanitárias católicos redimensionaram ou interromperam completamente o trabalho desde 3 de julho devido ao não pagamento de subsídios e salários por parte do governo desde o início de 2020.
Em tempos de crise, estabelecer prioridades
“As dificuldades financeiras do governo nestes tempos de pandemia e a mudança nas políticas econômicas e nos investimentos estrangeiros podem ser compreendidas dado o período pandêmico. Todavia, as prioridades devem ser estabelecidas”, escreve o sacerdote do Pime (Pontifício Instituto das Missões Exteriores) e secretário geral da Conferência Episcopal de Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão, padre Giorgio Licini, em nota recebida pela agência Fides.
“O problema aqui são os serviços de saúde nas áreas rurais. A Igreja, como em casos análogos no passado, consegue mobilizar recursos de emergência, porém, sem os salários pagos pelo governo, os serviços de saúde seriam suficientes para menos de um ano. O governo deve ter cuidado para não minar sua inspiração cristã negligenciando áreas remotas”, ressalta padre Licini.
Não há espaço para ganância pessoal e de empresas
“Num mundo pós-COVID-19 mais pobre, não haverá espaço para a ganância pessoal e de empresas; ou a arrogância humana empurrará novamente milhões para as margens e para condições de fome, doença e morte", acrescenta.
Os serviços de saúde das diferentes denominações cristãs em Papua Nova Guiné cobrem cerca de 50% do total do setor nacional de saúde. O fato de estarem localizados principalmente em áreas rurais, onde quase não há infraestrutura governamental, indica o quanto são importantes para milhões de cidadãos menos favorecidos no país.
Essencial, tratamento reservado a marginalizados e pobres
O secretário geral do episcopado aponta também que Papua Nova Guiné é um exemplo raro de um país que se abstém de investir em armamentos. “A tarefa de garantir recursos financeiros suficientes para os serviços básicos necessários, para o aparato estatal e para melhorias infraestruturais para uma população crescente é desencorajadora”, explica o missionário.
“A solidariedade internacional ajuda, mas não penalizando os direitos humanos e os padrões morais. No final do dia, cada pessoa e cada país é em grande parte responsável por seu próprio destino. O que é essencial é a integridade e o compromisso da liderança, que se reflete imediatamente no tratamento reservado aos marginalizados e aos pobres.”
(Fides)
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