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O comércio informal na grande favela de Kibera em Nairóbi O comércio informal na grande favela de Kibera em Nairóbi 

Quênia: ajuda da Igreja na grande favela de Nairóbi

Com a pandemia, entre os mais necessitados do país africano, não há trabalho e nem comida. A dramática realidade com a qual se deparam as associações que auxiliam na grande favela de Kibera onde moram 2,5 milhões de pessoas

Vatican News

Desde o anúncio do primeiro caso da Covid-19 no Quênia em março passado, a vida tornou-se ainda mais difícil para os habitantes de muitas favelas no país africano devido à impossibilidade de realizar os trabalhos ocasionais que lhes permitiam sustentar-se. Segundo o site da Amecea, a Associação das Conferências Episcopais da África Oriental, entre as situações mais dramáticas identificadas por uma equipe da Comissão de Justiça e Paz (JCPC) e da Cáritas Nairobi encontra-se a da favela de Kibera, na periferia de Nairóbi, onde moram cerca de 2,5 milhões de pessoas. O local é formado por várias favelas agregadas, e é caracterizado pela extrema pobreza e as más condições de higiene.

Com a pandemia sem trabalho e sem alimentos

Graças ao apoio da CAFOD, a agência católica britânica de ajuda aos países pobres, durante três meses consecutivos a Igreja local pôde fornecer alimentos e material de higiene a 75 famílias particularmente necessitadas com deficientes e pacientes com câncer, nas três paróquias que cuidam dos residentes. Os responsáveis pelos programas de auxílio contam que “quando a pandemia do Coronavirus começou, as pessoas não vinham mais à igreja, e isso significava que não recebiam mais o apoio da comunidade paroquial para o seu sustento". Hoje muitos paroquianos dependem totalmente destes auxílios para sobreviver. Michael Mungai da paróquia de Cristo Rei, afirmou à equipe da Cáritas: “Por um tempo fiquei em casa com minha esposa e dois filhos sem comida. Depois recebi ajuda do programa de alimentos apoiados pela CAFOD. "Agradeço a Deus pelo apoio que temos e que Deus abençoe a todos".  O mesmo aconteceu com Sheila Musimbi, mãe solteira com três filhos da paróquia de São Miguel Otiende, que também perdeu seu emprego. Antes da Covid-19 ela trabalhava como lavadeira, depois não era mais chamada e ela mesma, sendo positiva ao vírus HIV e portanto vulnerável ao vírus, tem medo de ser infectada. Por um tempo ela fez o que pôde até que uma religiosa encarregada do trabalho social na paróquia a chamou e a informou que lhe seria fornecida comida.

O programa terminou e o problema continua grave

Entretanto, o programa alimentar CAFOD terminou, embora a necessidade de alimentos ainda seja grande, porque continua a emergência sanitária no Quênia como no resto do mundo e muitas medidas de contenção ainda estão em vigor. Atualmente os casos positivos registrados pelos testes realizados em cerca de 400.000 pessoas são 31.441, com 516 vítimas, mas, segundo o Ministério da Saúde. Os infectados no país poderiam ser três milhões.

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24 agosto 2020, 12:37