Foto de satélite do tufão Vongfong sobre as Filipinas Foto de satélite do tufão Vongfong sobre as Filipinas 

Ásia, continente mais exposto às mudanças climáticas

Ondas de calor letais, chuvas extremas, ameaça ao abastecimento hídrico, secas prolongadas, tufões mais potentes: estas são algumas das consequências das mudanças climáticas a serem com maior intensidade nas próximas décadas no continente asiático

Vatican News

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O clima da Terra está mudando depois de mais de 10.000 anos de relativa estabilidade, e a Ásia é o continente mais exposto a mudanças repentinas e repletas de consequências para as comunidades humanas. Na ausência de adaptação e mitigação, os riscos climáticos que o continente deverá enfrentar no futuro, de ondas de calor a inundações, provavelmente serão mais intensos e severos, porque o impacto das mudanças climáticas na Ásia será mais forte do que em muitas outras partes do mundo.

É o que afirmam os dados de um relatório sobre o futuro da Ásia intitulado Climate risk and response in Asia (“Risco climático e resposta na Ásia"), que o McKinsey Global Institute - instituto internacional de pesquisa econômica - se prepara para publicar até o final do ano.

O relatório - divulgado em versão sintética e enviado à Agência Fides - ecoa os alarmes da comunidade científica e recorda a advertência contida na Laudato si', a Encíclica que promove "uma nova cultura e uma nova governança global", ressaltando que a deterioração do meio ambiente anda de mãos dadas com a deterioração da sociedade e atinge de maneira especial os mais fracos do planeta.

Ondas de calor letais

 

A análise do Relatório examina vários aspectos: prevê-se que a temperatura média na Ásia aumentará em mais de dois graus até 2050 em relação aos níveis pré-industriais, com aumentos significativos em algumas partes da China, Austrália e subcontinente indiano.

Tais efeitos, que começarão a ser sentidos na próxima década, serão caracterizados por "ondas de calor letais", situação de poucos dias durante os quais a temperatura média diária máxima ultrapassará o limiar de sobrevivência para um "ser humano saudável em repouso à sombra”.

As grandes cidades em partes da Índia, Bangladesh e Paquistão poderão estar entre os primeiros lugares no mundo a experimentar ondas de calor que superam esse limiar. E com o aquecimento da terra, aumentará a proporção de secas:  no sudoeste da Austrália, por exemplo, ou em algumas partes da China.

Chuvas extremas e tufões

 

Por outro lado – adverte o relatório -, também aumentarão as "chuvas extremas", em um volume três ou quatro vezes superior até 2050 em algumas áreas, incluindo o leste do Japão, o centro e o leste da China, partes da Coreia do Sul e Indonésia.

Mudanças importantes dirão respeito ao abastecimento de água doce, que será influenciado por fatores como padrões de precipitação e evaporação. Em várias partes da Austrália poderia diminuir significativamente até 2050 enquanto, pelo contrário, em algumas partes do subcontinente indiano e da China, o abastecimento hídrico poderia aumentar em 20%.

Continuam à espreita, por outro lado, os tufões. Segundo especialistas, podem aumentar a sua potência média, fazendo crescer portanto a frequência de eventos graves, que podem triplicar até 2040 em algumas partes da Ásia, incluindo as zonas costeiras da China, Coreia do Sul e Japão .

Tempo da criação

 

Diante desses cenários, as comunidades cristãs da Ásia vivem o "Tempo da Criação" até 4 de outubro, meditando e colocando em prática as indicações de Laudato si', renovando o compromisso social e o cuidado pela "casa comum".

(MG/PA - Agência Fides)

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14 setembro 2020, 13:23