Ásia, continente mais exposto às mudanças climáticas
Vatican News
O clima da Terra está mudando depois de mais de 10.000 anos de relativa estabilidade, e a Ásia é o continente mais exposto a mudanças repentinas e repletas de consequências para as comunidades humanas. Na ausência de adaptação e mitigação, os riscos climáticos que o continente deverá enfrentar no futuro, de ondas de calor a inundações, provavelmente serão mais intensos e severos, porque o impacto das mudanças climáticas na Ásia será mais forte do que em muitas outras partes do mundo.
É o que afirmam os dados de um relatório sobre o futuro da Ásia intitulado Climate risk and response in Asia (“Risco climático e resposta na Ásia"), que o McKinsey Global Institute - instituto internacional de pesquisa econômica - se prepara para publicar até o final do ano.
O relatório - divulgado em versão sintética e enviado à Agência Fides - ecoa os alarmes da comunidade científica e recorda a advertência contida na Laudato si', a Encíclica que promove "uma nova cultura e uma nova governança global", ressaltando que a deterioração do meio ambiente anda de mãos dadas com a deterioração da sociedade e atinge de maneira especial os mais fracos do planeta.
Ondas de calor letais
A análise do Relatório examina vários aspectos: prevê-se que a temperatura média na Ásia aumentará em mais de dois graus até 2050 em relação aos níveis pré-industriais, com aumentos significativos em algumas partes da China, Austrália e subcontinente indiano.
Tais efeitos, que começarão a ser sentidos na próxima década, serão caracterizados por "ondas de calor letais", situação de poucos dias durante os quais a temperatura média diária máxima ultrapassará o limiar de sobrevivência para um "ser humano saudável em repouso à sombra”.
As grandes cidades em partes da Índia, Bangladesh e Paquistão poderão estar entre os primeiros lugares no mundo a experimentar ondas de calor que superam esse limiar. E com o aquecimento da terra, aumentará a proporção de secas: no sudoeste da Austrália, por exemplo, ou em algumas partes da China.
Chuvas extremas e tufões
Por outro lado – adverte o relatório -, também aumentarão as "chuvas extremas", em um volume três ou quatro vezes superior até 2050 em algumas áreas, incluindo o leste do Japão, o centro e o leste da China, partes da Coreia do Sul e Indonésia.
Mudanças importantes dirão respeito ao abastecimento de água doce, que será influenciado por fatores como padrões de precipitação e evaporação. Em várias partes da Austrália poderia diminuir significativamente até 2050 enquanto, pelo contrário, em algumas partes do subcontinente indiano e da China, o abastecimento hídrico poderia aumentar em 20%.
Continuam à espreita, por outro lado, os tufões. Segundo especialistas, podem aumentar a sua potência média, fazendo crescer portanto a frequência de eventos graves, que podem triplicar até 2040 em algumas partes da Ásia, incluindo as zonas costeiras da China, Coreia do Sul e Japão .
Tempo da criação
Diante desses cenários, as comunidades cristãs da Ásia vivem o "Tempo da Criação" até 4 de outubro, meditando e colocando em prática as indicações de Laudato si', renovando o compromisso social e o cuidado pela "casa comum".
(MG/PA - Agência Fides)
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