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Grão Imame de Al-Azhar: religiões não são fontes de conflitos, mas são instrumentalizadas

Al-Tayyeb reitera que que a importante instituição acadêmica sunita está empenhada em definir e expor corretamente a doutrina e a mensagem do Islã, também para neutralizar todas as manipulações que usam conteúdos da fé islâmica para construir ideologias de opressão.

Vatican News

“Nós, da Al Azhar, cremos com certeza que o Islã e o Cristianismo nunca foram por si só a origem de guerras e conflitos, mas sim que as religiões representam o oposto dos conflitos e guerras em que são envolvidas e instrumentalizadas”.

A afirmação é do Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyeb, ao receber na segunda-feira, 14, o ministro das Relações Exteriores da Armênia, Zohrab Mnatsakanyan, em visita oficial ao Cairo.

Na conversa com o representante do governo armênio - relatou a mídia egípcia - o Grão Imam também repetiu que os critérios inspiradores do ensino transmitido em Al Azhar reconhecem todos os seres humanos como "irmãos em humanidade", e que também o ensino do Profeta Maomé "confirma a fraternidade entre todos os seres humanos". Al-Tayyeb reitera que a importante instituição acadêmica sunita está empenhada em definir e expor corretamente a doutrina e a mensagem do Islã, também para neutralizar todas as manipulações que usam conteúdos da fé islâmica para construir ideologias de opressão.

Enquanto o Papa Francisco se prepara para publicar a Encíclica "Fratelli Tutti" sobre a fraternidade e a amizade social, com reflexões inspiradas também pelo tempo de emergência pandêmica vivida por toda a humanidade, o ministro armênio Mnatsakanyan, em sua conversa com al-Tayyeb quis recordar o Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum, assinado em 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi pelo Papa Francisco e pelo próprio Grande Imam de al Azhar.

Em seu encontro, o xeique al-Tayyeb e o ministro das Relações Exteriores da Armênia também acenaram para a possibilidade de aumentar a colaboração e os intercâmbios culturais entre as instituições acadêmicas armênias e o centro teológico-cultural, a mais reconhecido do Islã sunita.

A viagem oficial ao Cairo do representante do governo armênio - que também se encontrou com o presidente egípcio Abdel Fattah al Sisi e o Patriarca copta ortodoxo Tawadros II – insere-se em um contexto histórico marcado por crescentes sinais de conflito entre Egito e Turquia, também em cenários do Oriente Médio.

Nos encontros com as autoridades políticas e religiosas egípcias, o ministro Mnatsakanyan recordou a "generosidade e hospitalidade" com que, no passado, membros do povo armênio foram acolhidos no Egito em épocas históricas passadas, dando vida a uma comunidade local de armênios que se tornaram "cidadãos egípcios com alto senso de pátria”.

(GV - Agência Fides) 

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16 setembro 2020, 10:50