Mais um naufrágio no Mediterrâneo: neste ano 900 vítimas
Vatican News
O mar que se torna um cemitério. Uma frase que esconde vidas, rostos, mãos que buscam ajuda entre as ondas. Um cenário que vem se repetindo há anos. Na quarta-feira (11), dois naufrágios custaram a vida de quase 100 pessoas. A Organização Internacional para as Migrações falou de 74 vítimas ao largo da costa da Líbia, 120 estavam a bordo do barco, 47 foram os sobreviventes. No mesmo lugar, no mesmo dia, outros 20 migrantes morreram em um segundo naufrágio relatado pelos “Médicos Sem Fronteiras”. Mas a OIM, em uma declaração, não esquece que entre as vítimas desses dias também havia crianças, como Josef seis meses.
Apelo da OIM: a Líbia não é um porto seguro
Oito naufrágios desde 1º de outubro, desde o início do ano 900 pessoas se afogaram no Mar Mediterrâneo enquanto tentavam chegar à Europa. A agência da ONU reitera seu apelo à comunidade internacional para retirar as restrições que impedem o trabalho das ONGs que fazem operações cruciais de socorro e acrescenta que a Líbia não é um porto seguro para repatriar migrantes.
O mesmo apelo dos voluntários do "Emergency and Open Arms", o único navio humanitário que está atuando no mar, que reitera a necessidade de um mecanismo de socorro europeu que tenha como prioridade a defesa da vida. Enquanto isso, a onda de desembarques na Ilha de Lampedusa (Itália) continua onde cerca de 246 migrantes desembarcaram em poucas horas. O ponto de acolhida da ilha está em colapso com mais de 600 hóspedes enquanto prosseguem as transferências para os navios de quarentena.
O Papa: a família humana no mesmo barco
O Papa Francisco enviou na quinta-feira (12/11) uma carta de encorajamento ao reverendo Thomas H. Smolich SJ, diretor internacional do Serviço Jesuíta para os Refugiados (JRS), por ocasião do 40º aniversário da fundação. “Ao renovar e aprofundar seu compromisso de servir às diversas e complexas necessidades dos refugiados e pessoas deslocadas, rezo para que todos vocês possam tirar encorajamento e sabedoria da visão e do exemplo de seu fundador, o Padre Arrupe”, afirma o Pontífice.
“Uma história de proximidade”, continuou o Papa, “que começou a ajuda aos boat people” que fugiam do Vietnã no início dos anos Oitenta até os desafios migratórios dos nossos dias demonstrando que “toda a família humana está no mesmo barco enfrentando desafios econômicos e sociais sem precedentes”.
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