Nagorno Karabakh: apelo pela paz das Igrejas do Oriente Médio
Vatican News
O Conselho das Igrejas do Oriente Médio (MECC) convida as partes envolvidas e a comunidade internacional a trabalhar para garantir a continuação do cessar-fogo em Nagorno-Karabakh. Em uma declaração intitulada "Justiça para Artsakh" (República de Nagorno Karabakh) emitida na última segunda-feira (23/11), a organização religiosa, que quer promover o diálogo e a convivência pacífica entre os povos, assinala que o atual acordo em vigor desde 10 de novembro não garante uma paz clara, sustentável e duradoura.
Apelo ao diálogo entre todas as partes envolvidas
As igrejas no Oriente Médio temem pela liberdade religiosa e a prática de cultos e expressam preocupação com a herança cristã das igrejas, mosteiros, monumentos e museus já danificados ou que poderiam ser destruídos. É por isso que exortam todas as organizações internacionais a se comprometerem pelo Artsakh, "que tem tanto direito à autodeterminação quanto qualquer outra nação e povo do mundo".
Na nota as Igrejas do Oriente Médio acrescentam: “Reafirmamos também a importância de um diálogo sincero entre todas as partes envolvidas para o bem de todos os que vivem na região”. “Isto abriria o caminho para os passos necessários para o estabelecimento de uma nova ordem regional que beneficiaria todas as partes envolvidas no atual conflito".
O conflito
A disputa gira em torno do enclave de Nagorno-Karabakh que faz parte oficialmente do Azerbaijão, mas na prática é governado pelos armênios. É assim desde 1988 depois de uma sangrenta disputa entre o Azerbaijão e a Armênia, duas ex-repúblicas soviéticas. No entanto, um acordo de paz permanente nunca foi acertado.
A Armênia é um país de maioria cristã, enquanto o Azerbaijão é majoritariamente muçulmano. A disputa bilateral atraiu as grandes potências regionais como a Turquia e a Rússia. Com a mediação da Rússia foi assinado um acordo para a primeira retirada das forças armênias e dos colonos armênios ilegais do distrito de Kalbakhar, próximo à região de Nagorno Karabakh. Que deveria se concretizar até 25 de novembro. O acordo encerrou as hostilidades, mas a paz é frágil.
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