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Cardeal Tempesta na entregua das vacinas Cardeal Tempesta na entregua das vacinas 

Cardeal Tempesta participa da entrega das primeiras vacinas produzidas pela Fiocruz

A cerimônia que marcou a entrega das primeiras 500 mil doses, num primeiro momento, foi realizada no Campus de Manguinhos, dirigida pela presidente da instituição, Nísia Trindade Lima, e contou com as presenças do diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, e do arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta.

Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

O primeiro lote de vacinas com 500 mil doses produzidas por Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, a partir do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que é importado, foi entregue em 17 de março ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

A cerimônia que marcou a entrega das primeiras 500 mil doses, num primeiro momento, foi realizada no Campus de Manguinhos, dirigida pela presidente da instituição, Nísia Trindade Lima, e contou com as presenças do diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, e do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, que mais uma vez quis demonstrar seu apoio ao trabalho realizado pela Fiocruz.

Com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 12 de março, a Fiocruz passa a ser a detentora do primeiro registro definitivo de uma vacina contra a Covid-19 no país.

O diretor Maurício Zuma disse que até o dia 19 de março a Fiocruz entregará mais 580 mil doses produzidas em Bio-Manguinhos, totalizando 1,080 milhão, e até o final do mês deverá entregar cerca de 6 milhões de doses por semana, e o trabalho segue até atingir o total de 100,4 milhões previsto no contrato com a AstraZeneca, cujo cronograma segue até julho.

“A partir da produção local do IFA, uma tecnologia altamente complexa, vamos ganhar em celeridade. É um orgulho participar desta história”, disse.

Cerimônia de entrega
Cerimônia de entrega

Chama da esperança

Em seu discurso, Dom Orani manifestou sua alegria por testemunhar mais um passo dado pela Fiocruz, que foi o sonho de produzir em Bio-Manguinhos a vacina contra a Covid-19.

“Quando acendemos a Chama da Esperança, a finalidade foi de nunca perder a esperança”, disse.

O arcebispo informou que transmitia sua mensagem também em nome dos diversos líderes das religiões cristãs e não cristãs que fazem parte do grupo chamado Diálogo e Paz, no qual se reúnem todos os meses, agora de forma virtual.

“Somos um grupo de trabalho que vivenciamos a cultura de paz, o entendimento e o respeito uns para com os outros, da qual agradeço a todos por compartilharem conosco muitas preocupações”, disse.

Dom Orani destacou que a pandemia ocasionou mais de 280 mil falecidos e milhares de internados nos hospitais. “Pedimos ao Senhor que acolha os que partiram e que voltem para casa os que estão internados”, lembrando que a “esperança começou com a vacinação no Brasil por meio da poderosa intercessão da Fiocruz, que produzirá a vacina em alta e constante rotatividade”.

Dando parabéns e pedindo bênçãos para os profissionais da ciência por todos os bons resultados, lembrou mais uma vez o sonho de inaugurar num futuro próximo o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.

“Louvamos e bendizemos a Deus por dar ao ser humano a inteligência, a preocupação de fazer o bem ao outro. Também pedimos a Deus que abençoe os diretores, conselheiros, cientistas, pesquisadores e funcionários da Fiocruz pelo que fazem com entusiamo e esperança. Que não falte o necessário para levar adiante este belo e importante trabalho que é a vida das pessoas. Deus abençoe a todos!”, concluiu o arcebispo.

Cerimônia de entrega
Cerimônia de entrega

Principal missão da Fiocruz

No seu discurso, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima lembrou que o ato da entrega do primeiro lote de vacinas “é de esperança pela vida porque a vacina é um dos principais instrumentos para se conseguir superar a grave pandemia, a crise sanitária econômica social e humanitária com a perda de vidas”, destacando que “sempre é muito importante dizer que a principal missão neste momento é salvar vidas, e por isso a importância das doses de vacinas que entregamos hoje”. 

Considerando um dia especial pelas doses a ser entregues e que marca o início da produção, a presidente da Fiocruz agradeceu a presença do arcebispo do Rio.

“Agradeço a presença de Dom Orani Tempesta, que mais uma vez está conosco apoiando esse momento, dando a sua palavra de que a saúde se faz nesse encontro entre ciência, religião, no diálogo e na paz, que são marcas como ele acabou de nos dizer de seu trabalho na Arquidiocese do Rio”, disse.

Na pessoa de Mauricio Zuma, a presidente da Fiocruz estendeu um abraço afetuoso à equipe da presidência, conselheiros, coordenadores das Vice-Presidências de Inovação e Produção e de Gestão e Desenvolvimento Institucional, e ainda para todos os “incansáveis” trabalhadores e trabalhadoras de Bio-Manguinhos, que se esforçam para vencer os desafios da pandemia.

“Estou feliz e agradeço o trabalho coletivo de todos os que fazem parte da Fiocruz, que entenderam a mais importante missão deste momento. A Fiocruz é uma instituição que tem como missão o desenvolvimento da ciência e  tecnologia, e o compartilhamento desse conhecimento, com a entrega de resultados para o Sistema Unico de Saúde, na busca da redução das desigualdades e iniquidades sociais”, disse.

Segundo Nísia Trindade Lima, a vacina da AstraZeneca foi fruto de muitas pesquisas que envolveram pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, com o apoio do Laboratório Serum, da Índia e, na outra ponta da cadeia de produção, Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro.

“É um dia especial, porque na prática estamos mais uma vez mostrando a força do complexo econômico-industrial da saúde, a importância de laboratórios públicos no Brasil, da Fiocruz e ainda do Butantan, que vem dando também  contribuição inestimável à vacinação. Agora, temos uma produção totalmente nacionalizada”, disse.

A presidente da Fiocruz destacou que a “pandemia mostrou muitas coisas e ela tem que trazer aprendizados”.  Um deles, segundo a presidente, é em relação a “dependência de produtos e insumos”, afirmando: “Tudo isso está na nossa agenda de futuro, inclusive o Complexo de Biotecnologia em Santa Cruz”.

Nísia Trindade Lima também lamentou profundamente a perda de vidas, mas enfatizou a necessidade de “aproximar pesquisadores de instituições de ciência e de instituições religiosas em favor da vida. Um diálogo que deve unir as todos, inclusive as instâncias do governo e da sociedade civil, no propósito da superação da pandemia”.

Na conclusão, disse: “Que a Chama da Esperança nos ilumine, nos leve a realizar um bom trabalho tão necessário para o nosso país”.

Bênção do caminhão

Num segundo momento, antes da bênção da saída do caminhão com o primeiro lote de doses da vacina produzidas na Fiocruz, houve mais uma cerimônia, desta vez reunindo diversas autoridades, entre elas, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou que “até julho metade da população será vacinada, e a outra metade até o final do ano”.

Já o sucessor de Eduardo Pazuello, o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga, que tomará posse em breve, disse que o distanciamento social e a melhora no atendimento hospitalar, aliados à vacinação em massa e o respeito aos protocolos, como o uso de máscaras, contribuirão decisivamente para o controle da pandemia e a diminuição do número de mortes e internações. Ele ressaltou “que conta com a força da Fiocruz para vencer a pandemia”.

 

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18 março 2021, 09:17