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Terra Santa. Um palestino passa por um prédio destruído na Cidade de Gaza, após bombardeio aéreo israelense. (AFP) Terra Santa. Um palestino passa por um prédio destruído na Cidade de Gaza, após bombardeio aéreo israelense. (AFP)

Save the Children: matança de crianças é negação de responsabilidade moral e legal

"A perda da vida de uma só criança devido a um conflito é inaceitável. Até então, 63 crianças foram mortas em Gaza e duas em Israel, e o número aumenta a cada dia. Isto é uma negação de responsabilidade moral e legal. A dura verdade é que nenhuma criança fica ilesa em um conflito e repetidamente vemos evidências de que as vidas das crianças são as mais afetadas nesses contextos", diz Jason Lee, diretor de Save the Children nos Territórios Palestinos Ocupados

Vatican News

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Na semana passada, em Gaza, nos territórios palestinos, cinquenta escolas foram danificadas por ataques aéreos israelenses, afetando 41.897 crianças. Mais três escolas foram alegadamente danificadas em Israel por foguetes provenientes de Gaza.

Este é o triste balanço difundido na quarta-feira (19/05) por Save the Children - a Organização internacional que luta há mais de 100 anos para salvar as crianças em risco e garantir seu futuro.

Grave violação contra crianças

Atacar escolas ou hospitais é uma grave violação contra crianças, enfatiza a Organização que exorta todas as partes envolvidas no conflito a aderir ao direito humanitário internacional e a proteger os mais pequeninos.

“A UNRWA, a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, afirmou que 47 mil pessoas deslocadas foram forçadas a usar as escolas como refúgio após perderem suas casas nos ataques aéreos israelenses.”

Enquanto isso, as escolas permanecem fechadas tanto em Gaza quanto no sul de Israel, deixando centenas de milhares de crianças sem instrução.

65 crianças mortas desde o início da escalada

Desde o início da escalada do conflito em 10 de maio, 63 crianças foram mortas em Gaza e duas crianças no sul de Israel. Além disso, 450 crianças foram feridas em Gaza. Save the Children continua a apelar fortemente para um cessar-fogo imediato a fim de proteger as crianças e suas famílias.

Com apenas 11 anos, já viveu 3 guerras: testemunho de Amir

 "Tenho 11 anos de idade e vivi três guerras. Tive amigos que morreram nos ataques. A coisa mais difícil de se enfrentar agora é o bombardeio do exército israelense que prossegue durante toda a noite, por isso não conseguimos dormir. Hoje ameaçaram bombardear um prédio perto de nossa casa e nós ficamos muito assustados. A família do meu tio teve que se refugiar aqui conosco. Começamos a procurar lugares para nos esconder e todas as crianças pequenas começaram a chorar. Minha irmãzinha também começou a chorar. A eletricidade é suspensa quando estamos sendo bombardeados e como temos tanto medo todos ficamos no mesmo cômodo", contou Amir, de 11 anos, de Gaza, aos agentes de Save the Children.

"Gostaria que o mundo soubesse o quanto somos inseguros em Gaza. As crianças palestinas merecem viver em segurança e ser capazes de realizar seus sonhos", disse Amir.

Inaceitável, num conflito, a morte de uma só criança

"A perda da vida de uma só criança devido a um conflito é inaceitável. Até então, 63 crianças foram mortas em Gaza e duas em Israel, e o número aumenta a cada dia. Isto é uma negação de responsabilidade moral e legal. A dura verdade é que nenhuma criança fica ilesa em um conflito e repetidamente vemos evidências de que as vidas das crianças são as mais afetadas nesses contextos", disse Jason Lee, diretor de Save the Children nos Territórios Palestinos Ocupados.

"A destruição das escolas é uma abominação. Lugares de aprendizagem, oportunidades, brincadeiras e diversão para crianças rapidamente se transformam em refúgios antiaéreos à medida que casas são destruídas e famílias são devastadas."

Acabar, imediatamente, com ataques às escolas

"Infelizmente, o número de escolas atingidas mostra que também não há onde se esconder aqui. Uma em cada 15 escolas em Gaza foi danificada. Para cada escola que é danificada ou destruída, as perspectivas das crianças de experimentar e construir um futuro melhor diminuem", continuou Jason Lee que concluiu:

"Todas as partes em conflito devem assegurar que os civis e as infraestruturas sejam protegidos de ataques, de acordo com o direito internacional. Todas as partes devem acabar imediatamente com os ataques às escolas."

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20 maio 2021, 09:31