Nicarágua. Cardeal Brenes: juízes "tomem decisões de acordo com a verdade"
Vatican News
O arcebispo de Manágua, na Nicarágua, cardeal Leopoldo Brenes, pediu ao país, predominantemente católico, que reze para que os juízes tomem decisões "ligadas à verdade", em referência ao caso da candidata presidencial Cristiana Chamorro Barrios, que ele não mencionou, a qual é acusada de presumível "gestão abusiva e falsidade ideológica, em concorrência com a lavagem de dinheiro, propriedade e bens".
Juízes julguem e decidam de acordo com a verdade
Durante a missa dominical de 6 de junho, transmitida pelo Canal católico da Nicarágua diretamente da casa do purpurado devido à pandemia da Covid-19, o cardeal Brenes pediu para que se reze pelos "juízes na delicada missão de garantir a justiça, a fim de que todos sejam guiados pelo Espírito que sempre nos conduz à verdade, para que todos os seus julgamentos e decisões estejam de acordo com a verdade".
No vídeo enviado à agência missionária Fides através das mídias sociais, o cardeal Brenes disse sentir "a preocupação de muitos irmãos, que com grande tristeza veem quantos de nossos concidadãos são convocados e interrogados".
Excluída das eleições e em prisão domiciliar
Em Manágua, a filha da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro (1990-1997), acusada pelo Ministério Público, está sob prisão domiciliar desde 2 de junho.
Cristiana Chamorro Barrios, que segundo a imprensa local tem popularidade suficiente para vencer as eleições gerais de 7 de novembro próximo, foi assim impedida pelo poder judiciário de concorrer às eleições, nas quais o presidente Daniel Ortega está buscando sua terceira reeleição para um quarto mandato consecutivo.
Líder da oposição diz que investigação contra ela é uma farsa
O Ministério Público convocou jornalistas e representantes legais de várias empresas para serem interrogados na próxima semana. Chamorro, segundo declaração às agências de notícias, chamou a investigação contra ela de "uma farsa".
O que o cardeal Brenes expressou no domingo é compartilhado pelos principais líderes católicos do país. O bispo da Diocese de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, disse:
"Não se pode viver excluindo o outro, censurando e descartando o adversário, porque depois a política se militariza e é despojada de seu verdadeiro significado, que é a busca do bem comum; colocamos o país à beira de uma dinâmica devastadora."
Política militarizada e despojada da busca do bem comum
O bispo recomendou "parar de olhar para trás, parar de ancorar-se no passado sem aprender com ele, porque hipotecamos o futuro de nosso povo, sobretudo dos mais pobres e fracos, que acabam tendo que pagar com a pobreza e custos mais altos", concluiu o prelado. Na Nicarágua, de acordo com o censo oficial de 2005, 58,5% de seus 6,5 milhões de habitantes pertencem à Igreja católica.
(Fides)
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