ONU: refugiados eritreus sem poder sair do Tigray e sem ajuda humanitária
Vatican News
Milhares de refugiados eritreus estão atualmente impossibilitados de sair de dois campos de refugiados na região etíope do Tigray, pois os combates entre grupos armados se intensificam na região e ao redor dela. O alarme foi lançado esta terça-feira (27/07) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Refugiados têm sofrido intimidações e violências
Estima-se que 24 mil refugiados eritreus nos campos Mai Aini e Adi Harush, na área de Mai Tsebri, no Tigray, estão sofrendo intimidação e violência e vivendo em um estado de terror constante, sem acesso a qualquer assistência humanitária.
"Nos últimos dias, recebemos relatos inquietantes e confiáveis do campo de Mai Aini de que pelo menos um refugiado foi morto por grupos armados que operam dentro do campo. Esta última morte se acrescenta à morte de outro refugiado em 14 de julho", informa o ACNUR, apelando a todas as partes em conflito "para que respeitem suas obrigações sob o direito internacional, incluindo o respeito ao caráter civil dos campos de refugiados, e o direito dos refugiados e de todos os civis de serem protegidos das hostilidades".
A fome é uma ameaça real
A equipe do ACNUR perdeu todo o acesso aos campos de refugiados nas últimas duas semanas: "Os refugiados impossibilitados de sair precisam urgentemente de assistência salva-vidas. A água potável está acabando, os serviços de saúde não estão disponíveis e a fome é uma ameaça real. A última distribuição de alimentos a ambos os campos foi no final de junho, quando foram fornecidos para um mês".
Os recentes confrontos armados também forçaram milhares de pessoas a fugir para a região de Afar, que faz fronteira com Tigray ao leste e abriga outros 55 mil refugiados eritreus. Há relatos de confrontos armados perto das localidades em que vivem.
Acesso humanitário imediato e segurança aos agentes da Onu
Enquanto isso, a principal estrada de abastecimento humanitário entre Semera em Afar e Mekelle no Tigray está completamente bloqueada desde 18 de julho. Os suprimentos do ACNUR, como os de outras agências, estão bloqueados em Semera.
A agência da Onu, portanto, exorta todas as partes em conflito a "garantir acesso humanitário imediato e segurança aos agentes humanitários que tentam fornecer assistência para salvar vidas".
(com Sir)
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